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    Eleições 2022

    Alianças, acusações e TSE: veja como foi a corrida presidencial para o 2º turno até aqui

    Período também foi marcado por dois debates com ataques diretos entre Lula e Bolsonaro

    Carolina Cerqueirada CNN , em São Paulo

    O segundo turno da disputa presidencial intensificou os ataques entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).

    Após a primeira etapa da disputa, as atenções se voltaram para as pesquisas eleitorais, diante da diferença entre as projeções dos institutos e o resultado do pleito.

    O presidente, que avançou para o segundo turno na segunda posição, foi o principal crítico dos levantamentos, alegando que eles beneficiaram Lula.

    Na primeira semana de outubro, os candidatos passaram a lutar pelo apoio de autoridades, entre governadores eleitos, candidatos que disputam o segundo turno, deputados federais, senadores e ex-presidentes.

    Assim como fizeram no primeiro turno, Lula e Bolsonaro concentraram a maior parte de seus esforços no Sudeste durante a segunda etapa do pleito. A região é a que concentra os maiores colégios eleitorais do país.

    Lula, apesar do apoio tímido de Ciro Gomes (PDT), ganhou aliados como Simone Tebet (MDB), Marina Silva (Rede), Fernando Henrique Cardoso (PSDB), João Amoedo (Novo) e Henrique Meirelles (MDB).

    A dificuldade em conquistar votos dos evangélicos e do setor do agronegócio, assim como a forte presença de Bolsonaro no Sudeste, foram desafios da campanha do petista, segundo fontes da própria campanha ouvidas pela CNN.

    1ª semana: apoios, religiosos e Nordeste

    A primeira semana de campanha dos presidenciáveis no segundo turno das eleições de 2022 foi marcada por políticos e personalidades anunciando apoio a Lula e a Bolsonaro.

    Os destaques para o candidato do PT foram os apoios de Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT), que ficaram em terceiro e quarto lugar na disputa do primeiro turno.

    Ciro declarou que apenas seguiria a orientação do partido, sem citar o nome de Lula e pedir voto para o candidato. Tebet, por sua vez, gravou vídeos e participou de comícios ao lado de Lula.

    Senadora Simone Tebet e ex-presidente Lula em São Paulo / 07/10/2022 REUTERS/Amanda Perobelli

    O senador e ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) também decidiu apoiar a candidatura do ex-presidente, assim como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), João Amoedo (Novo) e Henrique Meirelles (União Brasil), que foi presidente do Banco Central durante o governo Lula, aumentaram a lista dos apoiadores do petista.

    Anunciaram apoio ao presidente Bolsonaro governadores reeleitos, como Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, além de Rodrigo Garcia (PSDB), que perdeu a disputa à reeleição pelo governo de São Paulo.

    O ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro (União Brasil) também anunciou voto no presidente, além do ex-presidente Fernando Collor (PTB).

    Jair Bolsonaro ( PL), candidato à Presidência da República e Sergio Moro durante debate realizado na emissora Bandeirantes em parceria TV Cultura, portal Uol e Folha de São Paulo / ANDRÉ RIBEIRO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

    A pauta religiosa também foi destaque na primeira semana do segundo turno. No dia 4 de outubro, Lula encontrou padres franciscanos, em São Paulo, em celebração ao Dia de São Francisco de Assis.

    O presidente Bolsonaro esteve presente, no dia 8, na celebração do Círio de Nazaré, tradicional festa católica, em Belém (PA). No dia 8 de outubro, além dos cristãos e evangélicos, mais um público entrou no radar da disputa: os nordestinos.

    2ª semana: busca de votos em setores resistentes

    A segunda semana teve início com os candidatos indo buscar o apoio de setores onde tiveram menos votos. A campanha de Bolsonaro lançou caravanas pelo país chamadas de Movimento Mulheres com Bolsonaro, com a presença de nomes como Michelle Bolsonaro e Damares Alves (Republicanos), eleita senadora.

    A campanha de Lula recebeu a senadora e ex-ministra da Agricultura Kátia Abreu como cabeça da articulação com o agronegócio. No dia 10, a parlamentar, que é do PP – partido do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira – gravou um vídeo divulgado em suas redes sociais para pedir voto ao petista.

    As fake news passaram a chamar ainda mais atenção, assim como a troca de acusações entre os candidatos nas redes e no horário eleitoral gratuito.

    Horário Eleitoral
    Imagem da exibição do horário eleitoral gratuito / Foto: Reprodução/Agência Brasil

    Os materiais divulgados se caracterizaram por abordar temas sensíveis a grupos específicos da sociedade, como pautas morais e religiosas. O aborto foi um dos focos de abordagem de Bolsonaro, e a posse de armas, de Lula.

    O Tribunal Superior Eleitoral determinou a remoção de posts que ligavam, falsamente, Lula e o PT à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), além de publicações que tentavam vincular o PT ao assassinato de Celso Daniel, à invasão de igrejas e perseguição a cristãos e ao incentivo ao uso de drogas. No caso de Bolsonaro, o TSE mandou derrubar a propaganda de Lula que associava o presidente, falsamente, ao ato de canibalismo.

    3ª semana: debate e resolução do TSE contra fake news

    A semana começou com o primeiro debate do segundo turno entre os presidenciáveis, no dia 16, transmitido pela Band.

    Lula responsabilizou o atual governo por ter atrasado a compra de vacinas durante a pandemia de Covid-19. Já Bolsonaro, acusou o petista de corrupção na Petrobras e cobrou quem seria o nome de seu possível ministro da Economia.

    Um dos destaques foi a presença do ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro, nos bastidores, ao lado de Bolsonaro, com quem tinha rompido a relação.

    Na madrugada do mesmo dia, o presidente realizou uma live para se defender após uma fala envolvendo adolescentes venezuelanas ganhar repercussão na internet, explicando o uso da expressão “pintou um clima”. O presidente disse, na live, que as declarações foram deturpadas.

    Lula divulgou no dia 19 uma carta direcionada ao público evangélico. No documento, Lula volta a dizer que nunca fechou e nem fechará igrejas, defende o livre exercício da religião sem interferência do Estado e diz que o seu governo jamais vai usar a religião para fins partidários. Ele também se coloca “pessoalmente contra o aborto” e fala sobre “valores de família”.

    Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante encontro com evangélicos em São Paulo / 19/10/2022 REUTERS/Carla Carniel

    No dia 20, o TSE aprovou, por unanimidade, uma resolução que dá poderes à Corte para agilizar o combate às fake news.

    A resolução permite que o tribunal possa “agir de ofício”, ou seja, sem ser provocado pelo Ministério Público ou advogados. A norma do TSE garante a extensão de retirar conteúdos idênticos republicados por outros usuários, descartando a necessidade de haver uma nova ação para questionar esses novos canais.

    A Procuradoria-Geral da República chegou a pedir que o Supremo Tribunal Federal (STF) barrasse a resolução, mas o pedido foi rejeitado – inicialmente em decisão monocrática do ministro Edson Fachin e mantida por maioria no plenário virtual do STF.

    No dia 21, aconteceria o segundo debate do segundo turno, transmitido pela CNN junto a um pool de veículos. No entanto, Lula não compareceu e, conforme as regras, Bolsonaro foi entrevistado. O presidente afirmou que não pretende pedir novamente o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF.

    Presidente Jair Bolsonaro durante entrevista a pool de veículos de comunicação / ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

    O final da terceira semana foi marcado pela decisão do TSE de restringir a Jovem Pan de tratar de fatos envolvendo a condenação do candidato do PT à Presidência. O órgão decidiu ainda que os jornalistas da emissora não reproduzam críticas já feitas por eles contra Lula, sob pena de multa.

    4ª semana: Jefferson ataca policiais, Bolsonaro contesta inserções no rádio

    No domingo (23), dando início à última semana antes da votação do segundo turno, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) resistiu a uma ordem de prisão, disparando tiros e granadas contra policiais federais.

    Ele cumpria prisão domiciliar e, após ofensas à presidente da Corte, Cármen Lúcia, teve ela revogada por ordens do ministro Alexandre de Moraes.

    Enquanto Bolsonaro afirmava que “o tratamento dispensado a quem atira em policial é o de bandido”, a campanha de Lula divulgava posts nas redes sociais associando Jefferson com o ex-presidente.

    Imagens dos vídeos do ex-deputado Roberto Jefferson / Reprodução

    No dia 24, o ex-presidente José Sarney, do MDB, publicou um artigo em que declarou apoio à candidatura de Lula. Ele era o único ex-presidente da República que ainda não havia anunciado a sua posição no segundo turno.

    Dois dias depois, Alexandre de Moraes, presidente do TSE, considerou inepta a representação da campanha de Bolsonaro que acusa rádios do Nordeste de não terem veiculado todas as inserções devidas de propaganda da campanha de reeleição.

    No dia 28, os dois candidatos se enfrentaram no último debate antes do segundo turno das eleições. No encontro promovido pela TV Globo, os presidenciáveis trocaram acusações, defenderam seus governos e discutiram temas como corrupção, salário mínimo, acesso às armas e a pandemia.

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