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    Aliados veem depoimento de Bolsonaro como oportunidade para reduzir desgaste em escândalo das joias

    Um desses aliados diz que é “zero” a chance de Bolsonaro ficar em silêncio durante o depoimento

    Renata Agostini

    Aliados de Jair Bolsonaro veem no depoimento do ex-presidente à Polícia Federal nesta quarta-feira (5) uma oportunidade para reduzir desgaste com escândalo das joias. A avaliação é que falta a Bolsonaro colocar na rua a sua versão sobre o ocorrido e, ao esclarecer os fatos aos investigadores, ele abre caminho para isso.

    Um desses aliados diz que, por conta disso, é “zero” a chance de Bolsonaro ficar em silêncio. Além da estratégia de dizer que os itens reunidos durante o mandato estão à disposição para auditoria e o que presidente devolverá tudo o que eventualmente for solicitado, o entorno de Bolsonaro diz que o depoimento é chance de expor entendimento de que havia controvérsia sobre o que poderia ser classificado como bem de “caráter personalíssimo”.

    De acordo da legislação, presentes recebidos pelo presidente têm de ser remetidos ao acervo público, a não ser que sejam de baixo valor e de “caráter personalíssimo”.

    Há entendimento por parte do grupo próximo a Bolsonaro de que o escândalo das joias, revelado pelo jornal O Estado de S.Paulo, se tornou um problema político e não somente jurídico. É um caso de fácil entendimento pela população por envolver joias e valores elevados.

    O jornal revelou que integrantes do governo Bolsonaro, incluindo o então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, tentaram trazer ao país ilegalmente joias remetidas pelos sauditas a Bolsonaro e sua mulher, Michelle. Um estojo, destinado à ex-primeira dama e avaliado em milhões de reais, foi apreendido pela Receita Federal, que constatou a ausência da declaração e do recolhimento do imposto. Houve inúmeras tentativas de liberar o kit para a família Bolsonaro em seguida e o governo se recusou a registrar o material como um item a ser incorporado ao acervo público.

    Após o caso vir à tona e por decisão do TCU (Tribunal de Contas da União), Bolsonaro devolveu dois estojos com joias que havia levado consigo quando deixou o governo.

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