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    Aliados de Pacheco dizem que anúncio de reunião do conselho constrange Poderes

    Encontro anunciado durante o discurso feito aos apoiadores no protesto em Brasília pegou de surpresa até mesmo assessores do Palácio do Planalto

    Rachel VargasBárbara Baiãoda CNN , em Brasília

    Interlocutores do presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, viram como uma tentativa de constrangimento o anúncio feito pelo presidente Jair Bolsonaro sobre uma suposta reunião do Conselho da República, que ocorreria na quarta (8), um dia após os atos de 7 de Setembro. O encontro anunciado durante o discurso feito aos apoiadores no protesto em Brasília pegou de surpresa até mesmo assessores do Palácio do Planalto.

    Pessoas próximas ao presidente do Senado chamaram atenção para o fato de a fala ter ocorrido após Pacheco se manifestar de forma enfática, em artigo sobre a necessidade de defesa do estado democrático. A postura foi reforçada também em publicação nas redes sociais.

    “Ao tempo em que se celebra o Dia da Independência, expressão forte da liberdade nacional, não deixemos de compreender a nossa mais evidente dependência de algo que deve unir o Brasil: a absoluta defesa do Estado Democrático de Direito”, disse o senador.

    De acordo com o que prevê a lei, compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre “intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio, além de questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas”.

    O colegiado é composto pelo vice-presidente, presidentes do Senado e Câmara, líderes da maioria e minoria das respectivas Casas, ministro da Justiça e seis cidadãos natos com mais de 35 anos, sendo dois nomeados pelo presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados. Todos têm mandato de três anos, sendo vedada a recondução.

    No palanque, o presidente Jair Bolsonaro chegou a citar a presença do presidente do STF, Luiz Fux, na reunião. Mas segundo interlocutores do ministro, mesmo em caso de previsão legal, a tendência, diante das frequentes críticas de Bolsonaro ao Supremo e seus integrantes, seria de Fux não comparecer.

    A referência a uma reunião do conselho foi notada também por dirigentes de partidos de centro. Segundo relatos feitos à CNN, com exceção do convite à reunião, o ato e o discurso do presidente Jair Bolsonaro em Brasília não fugiram do que o presidente e apoiadores dele já havia manifestado em ocasiões anteriores.

    “Pelo que Bolsonaro prometia, achava-se que 7 de Setembro seria grande mola de impulsionamento. Isso não aconteceu. Não muda absolutamente nada do que ele já vinha falando”, disse à CNN o presidente do Democratas, ACM Neto.

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