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    Alexandre Ramagem é alvo de operação da PF que mira suspeitos de usar software espião da Abin

    Investigação apura utilização ilegal de software espião da Abin para monitorar autoridades; parlamentar foi diretor da agência de inteligência no governo Jair Bolsonaro

    Larissa RodriguesLeonardo Ribbeiroda CNN

    A Polícia Federal cumpre, nesta quinta-feira (25), 21 mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares diversas da prisão. Um dos alvos é o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Jair Bolsonaro (PL).

    Há buscas sendo conduzidas no gabinete do parlamentar e no apartamento funcional da Câmara atualmente ocupado por ele. A PF também esteve em uma residência de Ramagem na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro.

    A Operação Vigilância Aproximada investiga organização criminosa que teria se instalado na Abin com o intuito de monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas.

    Segundo as investigações, o grupo usava ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial. Um dos softwares utilizados

    Entre as medidas cautelares diversas da prisão estão a suspensão imediata do exercício das funções públicas de sete policiais federais. As diligências de busca e apreensão ocorrem em Brasília/DF (18), Juiz de Fora/MG (1), São João Del Rei/MG (1) e Rio de Janeiro/RJ (1).

    A operação é uma continuação das investigações da Operação Última Milha, deflagrada em outubro do ano passado.

    “As provas obtidas a partir das diligências executadas pela Polícia Federal à época indicam que o grupo criminoso criou uma estrutura paralela na Abin e utilizou ferramentas e serviços daquela agência de inteligência do Estado para ações ilícitas, produzindo informações para uso político e midiático, para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações” , diz a PF em nota.

    Os investigados podem responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

    Alvo da operação, Ramagem também é pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, com apoio de Bolsonaro. A defesa do deputado disse que, por ora, não vai se manifestar.

    O advogado Fábio Wajngarten, que defende e assessora Bolsonaro, disse à CNN que o ex-presidente nega “qualquer ilação” que ligue o nome dele às supostas espionagem promovidas pela Abin.

    *Colaborou Thayana Araújo, da CNN

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