Alexandre de Moraes deve arquivar recurso, e PF vai ouvir Bolsonaro
Análise no STF é a de que Planalto se antecipou à derrota
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deve declarar a perda do objeto do julgamento que definiria nesta quarta-feira (6) se o presidente Jair Bolsonaro deveria depor presencialmente ou por escrito no inquérito que apura a acusação de que ele tentou interferir na Polícia Federal.
A decisão do ministro virá depois de o Planalto ter promovido o maior gesto prático na direção do Supremo, recuando de posição anterior e dizendo que o presidente está disposto a falar presencialmente com a Polícia Federal.
A posição, externada formalmente pela Advocacia-Geral da União surpreendeu porque, na prática, retirou a pressão que havia se instalado sobre a corte.
O STF se preparava para julgar o caso hoje. Moraes, relator do tema, era tido como o voto de minerva sobre a forma do depoimento, tema que divide o Supremo.
Ao se prontificar a falar presencialmente, Bolsonaro na prática evita que a posição tomada pela corte seja politizada, analisada como derrota ou vitória do Planalto.
O ministro Alexandre de Moraes deve formalizar a decisão de arquivar o julgamento ainda nesta quarta.
