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    Além de Mauro Cid, cúpula da CPMI estuda propor acordo de delação premiada a outros investigados

    Ideia dos integrantes que estão à frente da comissão é que quem colaborar com informações e provas receba, em troca, uma possível redução de eventuais penas no fim das investigações

    Mayara da PazLuciana Amaralda CNN , Brasília

    A cúpula governista da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro estuda propor um acordo de delação premiada a qualquer investigado que queira contribuir com o trabalho do colegiado, segundo apurou a CNN.

    A ideia dos integrantes que estão à frente da comissão e que são aliados ao Palácio do Planalto é que quem colaborar com informações e provas receba, em troca, uma possível redução de eventuais penas no fim das investigações da CPMI.

    Segundo informação da coluna “Painel”, do jornal Folha de S.Paulo, confirmada pela analista da CNN Thais Arbex, a cúpula da comissão mista está articulando a proposta de um acordo de delação premiada ao tenente-coronel Mauro Cid.

    Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Cid é investigado no suposto envolvimento nos atos golpistas, quando bolsonaristas radicais invadiram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.

    O militar também é alvo de operação da Polícia Federal (PF) que apura a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde.

    De acordo com relatos feitos à reportagem da CNN, as conversas sobre um eventual acordo de delação premiada com os investigados continuam no início e só devem avançar após um parecer favorável da Advocacia do Senado Federal, consultada sobre o assunto.

    Além de Mauro Cid, outros investigados pela CPMI dos atos golpistas são: a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), o ex-ministro Anderson Torres e o hacker Walter Delgatti Neto.

    VÍDEO – Cúpula da CPMI do 8/1 quer propor delação premiada a Cid

    Falta de consenso

    Apesar da ideia de acordo de delação premiada, o assunto não é consenso entre os integrantes da CPMI.

    À CNN, o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) disse que não acredita, por exemplo, que Mauro Cid, ex-ajudante de Bolsonaro, aceite colaborar com o colegiado. Segundo ele, os governistas deram início aos trabalhos da comissão com o relatório final “pronto” e “parcial”.

    “A ida dele [Mauro Cid] na CPMI de farda tem uma simbologia. O verdadeiro militar não faz delação. Na formação, o militar aprende a resistir até sob tortura a qualquer delação. A delação premiada perdeu credibilidade quando foi utilizada sem limites na Lava Jato”, afirmou.

    Do outro lado, nem integrantes da comissão aliados ao Palácio do Planalto acreditam que o assunto vá avançar. “Já roda isso faz tempo. Não creio mais”, disse à reportagem um parlamentar da base governista.

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