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    Eleições 2022

    Ala do PSDB a favor de Leite teme ficar a reboque do MDB e insiste em substituir Doria

    Rivais de Doria no PSDB acreditam que a pré-candidata do MDB à Presidência, senadora Simone Tebet (MS), deve ganhar do tucano na pesquisa qualitativa encomendada pela chamada terceira via

    Doria venceu Leite nas prévias do PSDB que definiram o pré-candidato do partido à Presidência da República
    Doria venceu Leite nas prévias do PSDB que definiram o pré-candidato do partido à Presidência da República Gustavo Mansur/Palácio Piratini

    Luciana Amaralda CNN

    Em Brasília

    Uma ala do PSDB que defende o nome de Eduardo Leite na disputa presidencial teme ficar a reboque do MDB se não lançar um nome tucano que considere viável na disputa ao Planalto e, por isso, insiste em substituir o pré-candidato João Doria (SP)

    Doria venceu o ex-governador do Rio Grande do Sul nas prévias do PSDB que definiram o pré-candidato do partido à Presidência da República, no final de novembro do ano passado. No entanto, desde então, ele vem sendo contestado por alguns tucanos que veem em Leite maior potencial de crescimento e menor rejeição por parte do eleitorado.

    Rivais de Doria no PSDB acreditam que a pré-candidata do MDB à Presidência, senadora Simone Tebet (MS), deve ganhar do tucano na pesquisa qualitativa encomendada pela chamada terceira via – na prática, grupo formado por MDB, PSDB e Cidadania. A pesquisa é tida como um dos critérios para a definição de seu candidato único.

    A perspectiva de parte dos integrantes do PSDB contrários a Doria e do próprio MDB é que, embora Simone tenha ficado para trás do ex-governador de São Paulo nas pesquisas de intenção de voto, o levantamento qualitativo a mostrará como mais atrativa para o eleitorado.

    Pesquisas qualitativas

    As pesquisas quantitativas coletam números estatísticos, ou seja, a intenção de voto e o índice de rejeição. As pesquisas qualitativas, por outro lado, coletam dados sobre a impressão e opinião de um grupo de eleitores sobre determinado candidato.

    Doria e Simone têm ficado na faixa de 1% a 4% das intenções de voto. Mas, alguns pontos de diferenciação nos quais o entorno de Tebet aposta são o fato de ser mulher e mais jovem do que os principais candidatos na disputa, com experiência política e discurso de centro, sem ter se envolvido em radicalismos à direita ou à esquerda. Essa expectativa é compartilhada por ala do PSDB.

    Outro ponto que tem jogado contra Doria é o alto índice de rejeição que ele enfrenta, na avaliação de interlocutores ouvidos pela CNN em caráter reservado. O índice de rejeição dele é um dos mais altos entre todos os pré-candidatos ao Planalto e isso pode atrapalhar, inclusive, a eleição de bancadas tucanas pelo país, segundo políticos tucanos ouvidos.

    Ao mesmo tempo, há um medo de ala dos tucanos de que Simone Tebet seja abandonada pelo MDB mais para frente, o que já aconteceu com ela em eleição interna à presidência do Senado, e, dessa forma, o grupo da terceira via acabe sem qualquer postulante ao Planalto.

    A última ação dos tucanos insatisfeitos com Doria foi pedir que os nomes de Leite e do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) sejam incluídos nas pesquisas que devem definir o candidato único da chamada terceira via. A definição do nome está prevista para a próxima quarta-feira (18).

    Tasso desistiu das prévias do PSDB para apoiar Leite, que acabou derrotado internamente por Doria.

    O pedido se deu durante reunião da Executiva Nacional do PSDB na última quinta (12). A ideia, porém, foi rechaçada pelo presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, segundo interlocutores à CNN, pois a sondagem com Leite e Tasso romperia o acordo feito com o MDB e o Cidadania.

    Araújo se mostrou aberto para que sejam feitas pesquisas próprias do PSDB com os três políticos – Doria, Leite e Tasso –, como também foi sugerido por um tucano rival de Doria, afirmaram presentes à reunião. No entanto, não há previsão de que alguma será feita ou terá resultados prontos a tempo da pesquisa conjunta com o MDB.

    Procurado pela CNN, Marco Vinholi, coordenador da campanha de Doria, respondeu: “Seguimos animados. Os resultados da pesquisa Ipedpe de hoje colocam João Doria numa situação dentre os candidatos da 3ª via como favorito. E o resultado das prévias partidárias garantem a ele presença na disputa pela Presidência da República. Seguimos trabalhando e conscientes que grande parcela da população brasileira não quer votar nem em Bolsonaro e nem em Lula. E enxergará Doria como a opção viável para retomar o desenvolvimento do nosso país.”

    Aloysio Nunes diz que Doria não é viável e declara apoio a Lula

    Se o PSDB não lançar um candidato próprio à Presidência da República, há uma perspectiva de que os tucanos passem a apoiar Lula ou Bolsonaro de acordo com as conveniências eleitorais locais.

    O ex-ministro das Relações Exteriores e ex-senador tucano Aloysio Nunes já declarou à CNN que apoiará Lula no pleito e disse que a candidatura Doria não é viável. Ele lembrou os altos índices de rejeição a Doria apontados por pesquisas e disse que, a seu ver, o correligionário não tem o carisma necessário para o contato direto com o povo.

    “Acho que ninguém pode negar uma evidência: que as cartas já estão na mesa. Todos nós sabemos, até as pedras nas ruas sabem que os dois contendores para valer na campanha presidencial são Bolsonaro e Lula”, disse.

    Para Nunes, Lula representa “a civilização contra a barbárie”, embora tenha restrições a ele.

    À CNN, Nunes declarou não precisar de pesquisa qualitativa para saber quem apoiará e criticou a medida de se “terceirizar” a decisão.

    A CNN realizará o primeiro debate presidencial de 2022. O confronto entre os candidatos será transmitido ao vivo em 6 de agosto, pela TV e por nossas plataformas digitais.