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    Advogado de Carlos Bolsonaro afirma que ainda não teve acesso aos autos

    Vereador disse em rede social que decisão do TJ 'requenta' assunto antigo por falta de fatos novos

    O vereador Carlos Bolsonaro
    O vereador Carlos Bolsonaro Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

    Thayana Araújo e Stéfano Sallesda CNN

    no Rio de Janeiro

    Depois de o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) ter determinado a quebra dos sigilos fiscal e bancário do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), o advogado do parlamentar tentará nesta quarta-feira (1) acesso aos autos do processo, relativo à acusação de prática de “rachadinhas” e de nomeação de funcionários fantasmas no gabinete do cliente na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

    Antônio Carlos Fonseca afirma que Carlos Bolsonaro sempre se colocou à disposição do Ministério Público do Rio de Janeiro, mas que jamais foi convocado para prestar qualquer esclarecimento. “Vamos entender primeiro isso tudo para depois nos manifestarmos”, disse o advogado.

    A condução do caso segue a cargo da Terceira Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do Núcleo Rio de Janeiro. A quebra dos sigilos foi confirmada pelo TJ-RJ, que não deu mais detalhes sobre o processo porque ele tramita em segredo de justiça. No Twitter, o Carlos Bolsonaro criticou a decisão e disse não haver qualquer novidade no inquérito.

    “Na falta de fatos novos, requentam os velhos que obviamente não chegaram a lugar nenhum e trocam a embalagem para empurrar adiante a narrativa. Aos perdedores, frustrados por não ser o que sempre foram, restou apenas manipular e mentir. É o que mais acusam e o que mais fazem!”, afirmou, em uma publicação desta quarta-feira (1).

    Carlos Bolsonaro é investigado desde 2019, quando reportagens da revista “Época” denunciaram que ele empregou em seu gabinete parentes de Ana Cristina Valle, a segunda ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, atualmente no terceiro casamento. A matéria mostrou na ocasião que ao menos duas das sete pessoas contratadas admitiram jamais ter trabalhado para o vereador, embora estivessem nomeadas.

    Segundo o analista da CNN Leandro Resende, a família de Ana Cristina Valle também é citada na investigação sobre as supostas “rachadinhas” que envolvem o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), irmão de Carlos.

    De acordo com o MP-RJ, 14 pessoas ligadas a Ana Cristina Valle teriam envolvimento em um esquema de saque de parte dos salários pagos a funcionários nomeados no gabinete de Flávio Bolsonaro quando ele era deputado estadual. Todos os agora ex-assessores, embora morassem em Resende, no Sul Fluminense, sacavam os valores e os repassavam a outros membros da suposta organização criminosa, de acordo com as investigações.

    Procurada, a defesa do senador Flávio Bolsonaro disse estar impedida de comentar detalhes porque o caso está sob secreto de justiça, e destacou que todas as informações necessárias foram e serão prestadas nos autos. Os advogados destacaram ainda que o cliente não tem conhecimento sobre as supostas irregularidades que possam ter sido praticadas por ex-servidores da assembleia. Procurada, Ana Cristina Valle ainda não se manifestou.