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    Acredito que seja necessário prorrogar a CPI, diz senador oposicionista

    Humberto Costa (PT-PE) argumenta que CPI da Pandemia ainda tem muito a investigar e que prazo é curto

    Gregory Prudenciano e Rudá Moreira, da CNN, em São Paulo e em Brasília

    Em entrevista à CNN neste sábado (26), o senador Humberto Costa (PT-PE), defendeu que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia seja prorrogada por mais um período. A prorrogação, argumentou Costa, é necessária para que a comissão dê conta de concluir todas as frentes de investigação que se abriram até o momento. 

    “Ainda que haja o recesso e nós continuemos a trabalhar no próprio recesso, no máximo até 8 de agosto nós teríamos que concluir esse trabalho. É impossível, na minha avaliação”, afirmou o parlamentar. 

    O senador, que é membro titular da CPI da Pandemia, pontuou que a comissão ainda precisa investigar a fundo as negociações sobre os contratos firmados entre o governo federal e empresas fornecedoras de vacinas contra a Covid-19, como a Pfizer e a Precisa Medicamentos. 

    Outra frente importante, afirmou, é investigar se houve “relações promíscuas” entre fabricantes de medicamentos que compõem o chamado “tratamento precoce”, com remédios sem comprovação de eficácia contra a Covid-19, e médicos entusiastas do tratamento.

    “Acredito que seja uma necessidade, sim, de nós termos uma prorrogação, ainda que seja pequena”, disse o petista. Segundo Costa, os integrantes da CPI devem discutir na próxima semana sobre a possibilidade de estender o período de funcionamento da comissão. 

    Suposto crime de prevaricação de Bolsonaro

    O senador por Pernambuco afirmou que os indícios colhidos pela CPI até o momento apontam para a prática de crime de prevaricação por parte do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Prevaricar é quando um funcionário público, por algum motivo, escolhe não cumprir com suas obrigações. 

    No caso, Costa se refere a uma possível omissão de Bolsonaro diante das denúncias do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e de seu irmão, Luis Ricardo, funcionário do Ministério da Saúde, de que a compra de 20 milhões de doses da vacina Covaxin pelo governo teria ocorrido com irregularidades. 

    Segundo Humberto Costa, “há evidências” que permitem afirmar que Bolsonaro prevaricou, e a CPI também está trabalhando para encontrar “elementos para indiciar integrantes do governo e outros protagonistas por crimes de corrupção em relação a essa pandemia”.

    Caminhos da CPI a partir de agora

    Com os depoimentos dos irmãos Miranda à CPI da Pandemia na sexta-feira (26), a comissão deve agora ouvir os superiores hierárquicos de Luis Ricardo no Ministério da Saúde, disse Humberto Costa. 

    A CPI quer saber se houve e como teria sido a pressão interna para que Luis Ricardo liberasse a importação da Covaxin, ainda que os documentos enviados pela Precisa Medicamentos, que intermediou as negociações, não estivessem em conformidade com o contrato. 

    Outro alvo da comissão, afirmou o senador, é o empresário Francisco Maximiano, sócio-diretor da Precisa Medicamentos e alvo da Justiça em outros processos que envolvem o fornecimento de medicações para o estado brasileiro. 

    Além de servidores do Ministério da Saúde e Maximiano, Costa também citou o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), que é líder do governo na Câmara dos Deputados e que foi apontado por Luis Miranda como o político que teria “um rolo” no Ministério da Saúde, segundo frase que teria sido dita pelo próprio presidente Jair Bolsonaro. Barros, segundo Humberto Costa, deverá ser convocado para prestar depoimento à CPI da Pandemia nos próximos dias.

    O senador Humberto Costa (PT-PE), integrante da CPI da Pandemia (26.Jun.2021)
    O senador Humberto Costa (PT-PE), integrante da CPI da Pandemia (26.Jun.2021)
    Foto: Reprodução/CNN