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    À PF, Mauro Cid terá que explicar troca de mensagens a militares sobre golpe de Estado

    Segundo fontes da Polícia Federal, o militar também voltará a ser questionado sobre participação do ex-presidente na elaboração de um suposto plano de golpe

    Gabriela Pradoda CNN , Brasília

    Para fontes ligadas à investigação da Polícia Federal (PF), a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é “clara” na tentativa de golpe, mas há peças que devem ser esclarecidas pelo ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid para a conclusão das investigações.

    Cid terá que explicar à Polícia Federal (PF), nesta segunda-feira (11), sobre a participação de militares que trocam mensagens com ele sobre planos golpistas. Os citados pelas fontes da PF, já estão na investigação.

    Cid será ouvido em mais uma etapa da delação às 14h, na sede da Polícia Federal, em Brasília (DF).

    A PF quer saber o grau de participação de cada um dos investigados na tentativa de atentar contra o Estado Democrático de Direito. Entre os interlocutores de Cid estão os integrantes do Exército: major Rafael Martins de Oliveira e os coronéis Marcelo Câmara e Bernardo Romão Corrêa Neto.

    Os três foram alvos de prisão preventiva pela operação. Na semana passada, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator do inquérito, Alexandre de Moraes, determinou a soltura de Corrêa Neto.

    Na decisão que autorizou a operação da PF Tempo da Verdade, o relator do inquérito e Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) aponta os indícios existentes contra esses interlocutores. O documento da decisão é público, depois que o ministro retirou o sigilo.

    Interlocutores de Cid

    Rafael Martins de Oliveira, conhecido como Joe é citado como um dos interlocutores de Cid. Oliveira era formado em forças especiais e após o segundo turno, teria pedido orientações a Cid de “locais para realização das manifestações e se as Forças Armadas garantiriam a permanência das pessoas no local”.

    Para a investigação, trocas de mensagens de ambos indicam que eles chamaram manifestações “o que demonstra que os protestos convocados não se originavam da mobilização popular, mas sim da arregimentação e do suporte direto do grupo ligado ao então Presidente “.

    Outro interlocutor apontado, Bernardo Romão Corrêa Neto é apontado na representação da PF como “homem de confiança” de Cid. Corrêa Neto teria atuado na “realização de reunião com Assessores de Generais, com formação em Forças Especiais, a fim de angariar suporte às medidas necessárias para impedir a posse do governo eleito e restringir o exercício do Poder Judiciário e realização de reuniões para elaboração do Decreto de Golpe de Estado”

    A PF ainda aponta de Corrêa Neto circulou um documento chamado de “Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro”, que teria função de pressionar o então Comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes.

    A defesa de Marcelo Câmara afirma que o coronel aguarda a convocação para um novo depoimento à PF para que o militar possa fazer todos os esclarecimentos.

    A CNN também procurou as defesas de Rafael Martins e Bernardo Corrêa Neto e aguarda o retorno. O espaço está aberto para manifestações.

    Outros pontos da investigação

    Cid será perguntado ainda sobre a reunião ministerial de 5 de julho de 2022, encontrada em um computador do ex-ajudante de ordens. Ele não citou o encontro em delações anteriores.

    Caso se negue a colaborar ou minta e seja confrontado posteriormente com provas, Cid pode perder benefícios da delação, o que poderia acarretar uma nova prisão preventiva.

    A defesa do ex-ajudante de ordens afirma que ele responderá a todas as perguntas e que eventuais fatos não citados anteriormente podem ter sido “esquecidos” pelo delator.

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