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    À CNN, Wellington Dias diz que entende disputas por sua pasta, mas que Lula “não abrirá mão de governar”

    Ministro do Desenvolvimento Social afirmou que o presidente não vai entregar áreas estratégicas do governo para o Centrão

    Pedro Jordãoda CNN , São Paulo

    Em entrevista exclusiva à CNN nesta segunda-feira (17), o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, afirmou que entende as pressões de partidos do Centrão para assumirem a sua pasta, mas que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “não abrirá mão de governar”.

    “O presidente Lula é diferente do presidente que estava [comandando o país anteriormente] (…) Ele conhece como ninguém o Brasil e sabe o que o país precisa. Ele não abre mão desse projeto (…) O povo deu a ele o poder de ser o chefe do Executivo, então ele não vai entregar, como aconteceu [no governo passado], o poder que o povo deu de executar, de governar, para ninguém”.

    Na visão de Dias, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entregou as principais áreas do governo dele para os partidos do Centrão: “Eu não tenho dúvida que ele [Bolsonaro] abriu mão de governar”.

    O Partido Progressistas (PP), presidido pelo ex-ministro do governo Bolsonaro Ciro Nogueira (PP-PI) e ao qual é filiado o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), vem mostrando interesse em passar a comandar ministérios do governo Lula que tenham grandes recursos em trocar de dar mais apoio ao governo no Congresso Nacional.

    Um dos ministérios que ficou visado pela legenda foi, justamente, o do Desenvolvimento Social. No entanto, recentemente, o presidente Lula negou que fosse tirar Dias do posto.

    O ministro do Desenvolvimento Social também disse que as pressões que vêm ocorrendo por seu cargo não passam de fofocas motivadas pela falta de uma base governista mais solida.

    “Aprendi com a experiência de vários anos acompanhando a política que, quando a gente assume, especialmente como o presidente Lula assumiu, em um momento muito nervoso do país, ele precisar ter uma base organizada. Enquanto não tem, o fuxico corre solto”, comentou.

    Questionado pela CNN se sente segurança de que vai permanecer no cargo, Dias defendeu que o comando da Esplanada dos Ministérios é decidido exclusivamente pelo presidente da República: “Eu sou um servidor do Brasil pela confiança e pela vontade do presidente da República. O cargo de ministro é do presidente da República. E eu sei como ninguém, por isso que a responsabilidade é grande, o zelo, o carinho, que ele [Lula] tem pelo social”.

    Para o ministro, seu ministério é como a primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, o classificou recentemente, o coração do governo. “O presidente sabe quais áreas são muito estratégicas para esse plano de reconstrução, como ele coloca. E o social, certamente, é o coração desse plano. O social colado no atendimento, em melhorar a vida dos mais pobres”, explicou.

    Ainda sobre a formação de uma base governista mais solida, que possa garantir com mais tranquilidade a aprovação de reformas e projetos de lei, Wellington Dias disse acreditar que isso deve ocorrer até meados de outubro deste ano.

    “Lá atrás, 2003, quando o presidente Lula foi eleito presidente e tomou posse [pela primeira vez], eu fui eleito governador do Piauí, eu acompanhei. Nós levamos [naquela época] um ano e meio para organizar uma base [governista], para ter maioria tranquila. Eu acho que, muito mais cedo, nós vamos organizar [a base deste mandato]. Acho que a gente tem boa chance de, ali, outubro, novembro, já chegar ali com um bom entendimento”.

    A CNN entrou em contato com o ex-presidente Bolsonaro para comentar a comparação feita por Dias, mas, até o momento, não obteve retorno.

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