26 dos deputados federais eleitos superam quociente eleitoral; saiba quem são
Distribuição de vagas na Câmara ocorre de forma proporcional ao total de votos de cada legenda ou federação; entenda
Em São Paulo, seis “puxadores de votos” tiveram votações suficientes para se eleger “sozinhos”; distribuição de vagas na Câmara ocorre de forma proporcional ao total de votos de cada legenda ou federação
Entre os 513 eleitos à Câmara dos deputados no pleito do último domingo (2), apenas 26 receberam votos suficientes para atingir ou ultrapassar o quociente eleitoral, conquistando uma cadeira na Casa com seus próprios votos.
Eles representam 4,85% dos parlamentares que ocuparão uma vaga na Câmara no próximo mandato. Os outros 487 deputados eleitos, que representam 95,25% das cadeiras, conseguiram uma vaga a partir do total de votos de seu partido.
O percentual de parlamentares eleitos com votos próprios neste ano é menor do que o registrado em 2018, quando 27 deputados conquistaram vagas dessa maneira.
A eleição para a Câmara segue o sistema proporcional de votos de cada legenda ou federação partidária. Ao contrário do que acontece no sistema majoritário, nem sempre quem recebe mais votos fica com a vaga.
Para definir os candidatos eleitos, calcula-se o quociente eleitoral, obtido a partir da soma do número total de votos válidos no pleito dividida pelo número de cadeiras em disputa na Casa.
Em seguida, calcula-se o quociente partidário, dividindo o número de votos que o partido ou a federação obtiveram pelo quociente eleitoral. O resultado, desprezando os algarismos após a vírgula, representa o total de cadeiras a que o partido tem direito.
Em São Paulo, maior colégio eleitoral do país — e que tem direito a 70 cadeiras na Câmara —, seis deputados foram eleitos com número de votos superior ao quociente eleitoral, sendo três do PL, um do PSOL, PSB e PP.
Depois aparecem os estados do Paraná e do Rio de Janeiro, que elegeram quatro deputados cada com o quociente eleitoral. Minas Gerais, segundo maior colégio do Brasil, elegeu dois. Entre eles, o candidato mais votado nas eleições: Nikolas Ferreira, do PL, que obteve mais de 1,49 milhão de votos.
Sob o recorte dos partidos, o PL foi o que mais elegeu deputados “sozinhos” (oito). Entre eles estão os ex-ministros Ricardo Salles e Eduardo Pazuello, e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), como Carla Zambelli, Bia Kicis e Eduardo Bolsonaro.
O PT, que formou a segunda maior bancada da Câmara, elegeu dois desta maneira: Gleisi Hoffmann e Paulo Pimenta.
Confira a lista dos eleitos à Câmara que atingiram o quociente eleitoral:
Norte:
- Amom Mandel (Cidadania-AM)
Nordeste:
- André Ferreira (PL-PE)
- Arthur Lira (PP-AL)
- Clarissa Tércio (PP-PE)
Centro-Oeste:
- Bia Kicis (PL-DF)
- Silvye Alves (União-GO)
Sudeste:
- André Janones (Avante-MG)
- Carla Zambelli (PL-SP)
- Eduardo Bolsonaro (PL-SP)
- Daniela do Waguinho (União-RJ)
- Delegado Bruno Lima (PP-SP)
- Doutor Luizinho (PP-RJ)
- Eduardo Pazuello (PL-RJ)
- Guilherme Boulos (PSOL-SP)
- Nikolas Ferreira (PL-MG)
- Ricardo Salles (PL-SP)
- Tabata Amaral (PSB-SP)
- Taliria Petrone (PSOL-RJ)
Sul:
- Beto Preto (PSD-PR)
- Deltan Dallagnol (Podemos-PR)
- Fernanda Melchionna (PSOL-RS)
- Filipe Barros (PL-PR)
- Gleisi Hoffmann (PT-PR)
- Marcel van Hattem (Novo-RS)
- Paulo Pimenta (PT-RS)
- Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS)