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    Eleições 2022

    200 dias nos separam do primeiro turno — e tudo pode acontecer

    Resultado das últimas pesquisas eleitorais insistem em colocar a polarização entre Lula e Bolsonaro numa dianteira folgada

    Alexandre Borgesda CNN

    Quando Serena e Venus Williams, duas das maiores tenistas da história, se enfrentavam numa final de um torneio, Richard, pai e técnico de ambas, costumava provocar a plateia exibindo cartazes com mensagens como “Bem-Vindos ao Show dos Williams” ou “Eu Já Ganhei”.

    Sua vida extraordinária virou filme e Will Smith, que vive Richard Williams em “King Richard”, é uma aposta quase tão certa para o Oscar neste ano quanto ver uma das irmãs Williams levantando uma taça nos últimos anos.

    Com o resultado das últimas pesquisas eleitorais, que insistem em colocar a polarização entre Lula e Bolsonaro numa dianteira folgada, é possível imaginar Ciro Nogueira, Arthur Lira, Ricardo Barros e Valdemar Costa Neto esperando o resultado das urnas de outubro como Richard Williams acompanha um jogo das filhas no conforto num dos magníficos estádios que recebem jogos do Grand Slam.

    Caso nenhuma candidatura da chamada terceira via se viabilize, eles já ganharam. De novo.

    Lula, já no seu primeiro mandato, enfrentou uma série inédita de escândalos iniciada em 2005 e que entrou para os livros de história como o infame Mensalão.

    Com a reeleição em risco em meio uma CPI que encurralava o que restava de seu governo, Lula trouxe o antigo PMDB para seu governo, garantiu uma base parlamentar sólida para enfrentar um processo de impeachment, abriu os cofres do tesouro para programas assistencialistas e o resto é história.

    A sucessora escolhida a dedo por ele, Dilma Rousseff, não teve a mesma flexibilidade e acabou cassada em 2016.

    Desde 2020, a pandemia evidenciou para parte da população uma mistura mortal de inoperância, negligência e falta de empatia do governo Bolsonaro que podem ter contribuído decisivamente, como alega a CPI da Covid, para a trágica marca de mais de 650 mil brasileiros vitimados pelo coronavírus.

    A popularidade do atual presidente chegou aos mais baixos níveis que se tem notícia para um candidato à reeleição.

    É em momentos como esse, quando a popularidade do presidente queima mais rápido que a picanha que degustou na varanda de uma churrascaria em NY, que muitos dos mesmos bombeiros que salvaram Lula em 2005/2006 são novamente convocados para unir a maioria do Congresso, usando toda tinta que a caneta presidencial tiver disponível, para trazer o morador mais ilustre do Planalto de volta ao jogo.

    A estratégia inclui também furos no teto fiscal e novos programas assistencialistas, para surpresa de ninguém.

    Duzentos dias nos separam do primeiro turno das eleições e tudo, literalmente, pode acontecer.

    A liderança folgada de Lula tem criado um sentimento de “já ganhou” em suas hostes, mas Bolsonaro tem recursos, vontade e militância para não ser visto, de forma alguma, como carta fora do baralho. Pelo que se sabe até o momento, só quem pode exibir cartazes como Richard Williams é o Centrão.

    (As opiniões emitidas pelos nossos comentaristas não refletem necessariamente a posição da CNN)

    Fotos – Os pré-candidatos à Presidência

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