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    Mortos em Petrópolis são vítimas da falta de política habitacional, diz especialista

    À CNN Rádio, a pesquisadora do LabCidade, Isadora Guerreiro, disse que problema é complexo e não envolve apenas provisão habitacional

    Petrópolis, no Rio de Janeiro, chuvas causam destruição na cidade da Região Serrana, em fevereiro de 2022
    Petrópolis, no Rio de Janeiro, chuvas causam destruição na cidade da Região Serrana, em fevereiro de 2022 Tânia Rêgo/Agência Brasil

    Amanda Garcia e Bel Camposda CNN

    Rio de Janeiro

    Tragédias como a de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, que já superam cem mortos, são “situações  graves que não são de hoje que acontecem”, na avaliação da pesquisadora do LabCidade (Laboratório Espaço Público e Direito a Cidade da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP), Isadora Guerreiro.

    “Todos os anos chega a época de chuva e essas tragédias acontecem. O problema habitacional é complexo e não envolve apenas provisão habitacional”, defendeu, em entrevista à CNN.

    Ela disse que as pessoas vítimas dos deslizamentos “antes são vítimas da falta de política habitacional”: “Todo mundo sabe que isso é um risco muito grande para a vida, mas não têm outra alternativa, não foi dada oportunidade de moradia.”

    A pesquisadora explicou que o Minha Casa Minha Vida forneceu mais de 5 milhões de unidades habitacionais, “mas o problema continuou”: “É preciso atingir faixas de renda de 0 a 2 salários-mínimos, que representam mais de 75% de déficit habitacional, que são as mais atingidas.”

    “É importante falar que esse tipo de tragédia não seria solucionado com regularização fundiária, que é uma medida jurídica”, completou.

    Segundo Isadora, essa regulação é feita “sem que antes aconteça a urbanização, que é, justamente, fazer obras de contenção, saneamento, esgoto, água, energia, asfalto, tudo de infraestrutura, transforma ocupações irregulares em bairros, isso que faz diferença na hora da tragédia.”

    A especialista defende uma maior fiscalização e, em especial, que os planos municipais de redução de riscos sejam trabalhados em conjuntos, com a política de moradia, ambiental e habitacional.