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    G7 se reúne para discutir situação do Afeganistão nesta terça-feira (24)

    De acordo com informações do governo britânico, Johnson cobrará dos outros países o mesmo compromisso adotado pelos britânicos para “proteger os mais necessitados no Afeganistão” e reforçar a ajuda à região

    Murillo FerrariLuana Franzãoda CNN São Paulo

    O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, convocou uma reunião urgente com os outros líderes do G7, grupo formado por Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Estados Unidos, para discutir nesta terça-feira (24) a situação no Afeganistão.

    De acordo com informações do governo britânico, Johnson cobrará dos outros países o mesmo compromisso adotado pelos britânicos para “proteger os mais necessitados no Afeganistão” e reforçar a ajuda à região.

    Também é esperado que o político e os outros líderes discutam abordagens conjuntas para garantir um futuro mais estável para o Afeganistão.

    “Nossa prioridade é concluir a retirada de nossos cidadãos e dos afegãos que ajudaram nossos esforços nos últimos 20 anos – mas, ao olharmos para a próxima fase, é vital que nos unamos como uma comunidade internacional e cheguemos a um acordo sobre uma abordagem conjunta para um prazo mais longo”, disse Johnson, na segunda-feira (23).

    “É por isso que convoquei uma reunião de emergência do G7 – para coordenar nossa resposta à crise imediata, para reafirmar nosso compromisso com o povo afegão e para pedir aos nossos parceiros internacionais que correspondam aos compromissos do Reino Unido de apoiar os necessitados.”

    Ainda de acordo com o primeiro-ministro britânico, junto com seus parceiros e aliados, o Reino Unido continuará a usar todos os “recursos humanitários e diplomáticos” para “salvaguardar os direitos humanos e proteger os ganhos obtidos nas últimas duas décadas” – em especial sobre os direitos de trabalho e estudo das mulheres.

    “O Talibã será julgado por seus atos e não por suas palavras”, finalizou.

    A reunião será feita videochamada e os secretários da ONU e da OTAN também foram convocados.

    Situação afegã

    Apesar das promessas de um regime mais pacífico do que o visto nos anos 90, o Talibã já demonstra sinais de um governo violento.

    Desde a tomada do poder pelo grupo na última terça-feira (17), 20 pessoas já morreram, principalmente no processo da retirada caótica de forças armadas exteriores e seus aliados. Imagens chocantes de afegãos invadindo o aeroporto de Cabul em uma tentativa desesperada de fuga do país circularam o mundo, e demonstraram a gravidade da situação no local.

    Líderes como Boris Johnson, Angela Merkel e Emmanuel Macron se pronunciaram sobre o assunto e fazem esforços de realocação de cidadãos e locais que participaram dos esforços de guerra.

    Johnson citou que, caso se mostrasse necessário, o Reino Unido trabalharia com o Talibã para encontrar uma solução pacífica para o Afeganistão, embora não reconheça o novo governo. “O que quero garantir às pessoas é que nossos esforços políticos e diplomáticos para encontrar uma solução para o Afeganistão, trabalhando com o Talibã, é claro, se necessário, continuarão”, afirmou.

    Os olhos, no entanto, estão todos voltados para o presidente americano, Joe Biden. O líder, que ordenou a retirada das tropas americanas do Afeganistão, chegou a admitir que o país não esperava uma tomada de poder tão rápida por parte do Talibã. Nos últimos pronunciamentos, Biden defendeu a decisão, afirmando que a ascenção do grupo se deu devido a uma desistência das forças militares do país.

    “Os lideres desistiram e fugiram do país. As forças militares colapsaram, alguns tentaram lutar. Se o Afeganistão não consegue oferecer uma resistência ao Talibã, os militares americanos não conseguiriam fazer ali qualquer diferença”, disse no primeiro pronunciamento à imprensa após a chegada dos militantes a Cabul. O posicionamento gerou críticas à administração da crise pelo governo americano.

    Em fala sobre o assunto no domingo, o democrata afirmou que a retirada de americanos, aliados da OTAN e afegãos que trabalharam para estas forças continua progredindo. “Não há como evacuar tantas pessoas sem dor, como as imagens que vimos na tevê. Sinto muito pelo que estamos vendo.”