Federações concentram 15,5% do total de candidaturas nas eleições 2022
Junção do PT, PC do B e PV lidera candidaturas às eleições 2022
No primeiro ano eleitoral com as federações partidárias, as organizações registraram 4.461 candidaturas para as eleições de 2022. Esse número representa 15,5% do total de candidatos registrados até o momento, segundo análise da CNN Brasil com base nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A federação composta pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Comunista do Brasil (PC do B) e Partido Verde (PV) foi a organização pluripartidária a cadastrar o maior número de candidaturas para este ano. Intitulada “Federação Brasil da Esperança (Fé Brasil)”, a federação registrou 1.630 candidatos. Esse número representa 5,70% do total de 28.632 candidaturas registradas até 20 de agosto.
A federação liderada pelo PT foi a primeira a ser aprovada pelo TSE. Após o registro em 24 de abril, a organização foi confirmada um mês depois. A presidente nacional da federação é Gleisi Hoffmann, que ocupa o mesmo cargo dentro do PT; ela concorre à reeleição como deputada federal do Paraná.
O candidato à presidência apoiado pela organização é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A junção dos partidos Cidadania (CIDADANIA) e o Partido Social da Democracia Brasileira (PSDB), chamada apenas de “Federação PSDB Cidadania”, é a segunda com o maior número de candidaturas. São 1.425 concorrentes – o que representa 4,98% do total.
O líder da federação é Bruno Araújo (PSDB), presidente nacional de seu partido. Já a candidatura para o cargo de presidente apoiada é a de Simone Tebet (MDB).
Em terceiro, está a “Federação PSOL REDE”, composta pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e Rede Sustentabilidade (REDE). Com 1.406 candidaturas, a união registrou 4,91% do total de candidatos às eleições deste ano.
A federação é encabeçada por Guilherme Boulos (PSOL), que concorre ao cargo de deputado federal por São Paulo. Assim como a federação “Federação Brasil da Esperança (Fé Brasil)”, a união entre o PSOL e REDE apoiam o ex-presidente Lula na disputa pela presidência.
As duas uniões foram aprovadas pelo TSE em 26 de maio de 2022. Para o pleito eleitoral deste ano, participam apenas três federações.
Primeira eleição com as federações
Este será o primeiro ano eleitoral com a lei das federações em vigor. Conforme previsto na Lei nº 14.208/21, agora existe a possibilidade das legendas se unirem por quatro anos, atuando como se fossem apenas um partido.
As federações diferem das coligações partidárias. Enquanto uma coligação pode ter vida útil apenas durante as eleições, a federação exige que as alianças continuem durante os anos legislativos – ou seja, durante os quatro anos do mandato. Com a criação de uma federação, as legendas podem se unir tanto nas eleições majoritárias como nas proporcionais.
É permitido fazer uma coligação em torno de uma única candidatura para as eleições majoritárias, como para cargos como presidente, senador, governador e prefeito. No entanto, desde 2017, não são feitas coligações nos pleitos que elegem vereadores e deputados federal, estadual ou distrital. Como a federação atua como um partido, está submetida à mesma regra.
Caso algum partido queira se desligar da federação com o mandato em vigor, poderá ser penalizado. Entre as punições, estão a proibição de integrar uma nova federação ou utilizar recursos do Fundo Partidário até o fim do período legislativo.