Waack: Não tem mágica quando o governo está apertado pelas contas e popularidade
Como não tem mágica nem segredo, o governo decidiu por medida provisória que vai taxar então as exportações de óleo cru
Não tem segredo nem mágica quando um governo está apertado pelas contas e pela popularidade. É o que está acontecendo com o terceiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que precisou voltar a cobrar impostos sobre a gasolina tentando não irritar o consumidor.
A saída encontrada – volta dos impostos ma non troppo – garante uma subida menor do preço nas bombas mas, em compensação, traz queda na arrecadação.
Alguém teria de pagar para cobrir a diferença. É o tal do cobertor curto causado pela situação fiscal – a situação do governo Lula três, que precisa gastar e não pode deixar de arrecadar.
Como não tem mágica nem segredo, o governo decidiu por medida provisória que vai taxar então as exportações de óleo cru. Causando enorme irritação num segmento industrial importante, pois o Brasil exporta 700 mil barris de petróleo por dia, é o terceiro na lista do que vendemos lá fora.
No começo do ano, quando decidiu prorrogar por dois meses a medida demagógica do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de desonerar gasolina para baixar o preço, o governo Lula pensava na popularidade em primeiro lugar, e na questão fiscal – menos imposto é menos arrecadação – em segundo. Esse dilema qualquer um entende.
Mas o ministro da Fazenda veio com outra explicação para a prorrogação de uma medida demagógica de óbvio efeito negativo sobre as contas públicas.
Havia rumores no primeiro dia de governo de um golpe de estado, e por isso o governo não quis mexer no preço da gasolina, disse Fernando Haddad. Então, tá.