Viúva chora ao falar de Marielle em júri: “estava no momento mais feliz da vida”
A vereadora do Rio de Janeiro Monica Benício foi a terceira testemunha a falar no julgamento dos acusados pela morte da ex-vereadora
A vereadora do Rio de Janeiro, Monica Benício, viúva de Marielle Franco, foi a terceira testemunha a falar no julgamento dos acusados pela morte da ex-vereadora e do motorista Anderson Gomes, nesta quarta-feira (30). A fala dela durou pouco mais de 30 minutos.
Monica se mostrou a mais emocionada das testemunhas de acusação ouvidas até o momento e teve dificuldades para iniciar sua fala.
A viúva depôs após a mãe de Marielle, que compartilhou com os presentes um pouco de sua dor após o assassinato da filha.
A sessão foi iniciado no final da manhã com o testemunho de Fernanda Chaves, ex-assessora da vítima.
A arquiteta e vereadora iniciou sua fala relembrando a personalidade da esposa. “Marielle era a amiga que você podia ligar de madrugada. Era uma pessoa muito explosiva, com muita energia. Mas, ao mesmo tempo, muito afetuosa. Tudo pra ela virava um grande evento”, disse.
Em depoimento, a viúva destacou que “Marielle estava no momento mais feliz da vida dela, como ela mesma reconhecia.”
Pouco depois disso, Monica deu um pausa em seu depoimento, pois estava bastante emocionada.
A viúva relatou que conheceu Marielle quando tinha 18 anos e que tiveram um longo relacionamento, entre idas e vindas. A ex-vereadora teve um papel fundamental na formação de Monica: “fui fazer pré-vestibular porque a Marielle me incentivou. Quando passei no vestibular, ela foi fazer a matrícula comigo. Quando passei no mestrado, ela foi fazer a matrícula comigo. Eu larguei um bom emprego em um escritório de arquitetura, porque eu queria fazer mestrado e a Marielle me incentivou.”
Monica também reiterou a falta que sente da companheira e pediu justiça: “a única justiça possível seria eu não precisar estar aqui e ter a Marielle e o Anderson vivos. Mas, para além disso, dentro do que é possível, eu espero que se faça a justiça que o Brasil, que o mundo espera há 6 anos e 7 meses”.
Segundo Monica, a esposa nunca relatou o medo de sofrer um atentado. “A Marielle, no geral, era uma pessoa que se dava bem com todo que se relacionava”, pontuou.