Veja como vai funcionar flexibilização da quarentena no estado de São Paulo
Na capital e em algumas cidades do interior paulista atividades como shoppings centers e comércios poderão retornar com restrições em 1° de junho
Em entrevista coletiva no início da tarde desta quarta-feira (27), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou a flexibilização, a partir de 1º de junho, da quarentena adotada desde março para prevenir o contágio pelo novo coronavírus. A “retomada consciente”, como chamou o governador, será progressiva e levará em conta a forma como cada região do estado lida com a pandemia da doença.
Segundo a estratégia, com seis pilares, a ideia é aumentar o número de testes rápidos para rastreamento de infectados pelo vírus, continuar com protocolos de higiene rígidos em espaços coletivos e fazer uma “abordagem regional” para decidir as medidas de retomada em cada município, com a criação de um conselho que definirá as estratégias junto aos prefeitos.
O “Plano São Paulo” será dividido em cinco fases, que definem as atividades que poderão voltar a funcionar e a intensidade dos protocolos adotados. Educação e transporte não estão incluídos nas etapas e terão suas diretrizes definidas separadamente.
A reabertura vai acontecer primeiro nas cidades que possuem redução de casos de contaminação pela Covid-19, além de terem leitos disponíveis na rede de saúde pública. Como antecipou a CNN, o estado será dividido por regiões, que serão classificadas por cores: azul, verde, amarelo, laranja e vermelha.
Haverá critérios técnicos para que uma região possa evoluir de estágio, permitindo a abertura de novos setores. A decisão final pela reabertura do que está autorizado pelo estado caberá a cada prefeito. Veja abaixo o detalhamento de todas as regiões e fases de reabertura no estado de São Paulo.
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A quarentena permanecerá no atual nível de restrição nos municípios da Grande São Paulo, Baixada Santista, litoral sul e Vale do Ribeira. O estado considera que estas regiões estão na fase 1 (vermelha), de controle mais restrito, que permite apenas abertura da indústria e construção civil.
Já a capital paulista entrará na chamada fase 2 (laranja), que permite a reabertura, com restrições, de atividades imobiliárias, concessionárias de veículos, escritórios e shoppings centers. Segundo o governo, uma região só pode passar para um relaxamento após 14 dias de mudança — o estado, entretanto, pode rever a classificação para um nível mais restrito a qualquer momento, caso verifique piora nos indicadores.
De acordo com o plano de reabertura, a indústria e a construção civil seguem funcionando normalmente nos 645 municípios do estado. A interdição total de espaços públicos, teatros, cinemas e eventos que geram aglomerações – festas, shows, campeonatos etc – permanece por tempo indeterminado. A retomada de aulas presenciais no setor de educação e o retorno da capacidade total das frotas de transportes seguem sem previsão.
Para justificar o relaxamento das medidas, o governo paulista publicou um documento em que afirma que o estado conseguiu achatar a sua curva de contágio do novo coronavírus em relação a outras países e demais regiões do Brasil, concentrando 22% dos casos e 25% das mortes em território nacional, o que seria uma melhora suficiente em comparação com os 39 e 45% no dia 15 de abril.
Fases
Desde o dia 24 de março, com o decreto da quarentena, São Paulo se encontra na Fase 1 (vermelha) do plano de João Doria, definida como “alerta máximo”. Nela, apenas os serviços essenciais, indústria e construção civil tem permissão para funcionar.
A fase 2 (laranja) é de “atenção”. Nela, podem voltar a funcionar com restrições atividades imobiliárias, concessionárias, escritórios, comércios e shoppings centers, priorizados de acordo com sua vulnerabilidade econômica
Na fase 3 (amarela), de “flexibilização”, o plano libera totalmente as atividades retomadas na etapa anterior, mantenda as restrições apenas em shoppings e comércios. Também permite a reabertura, com limites, de bares, restaurantes e salões de beleza. A fase 4 (verde), de “abertura parcial”, inclui as academias para a reabertura com restrições.
A fase 5 (azul), chama de “normal controlado” permite a retomada das atividades sem restrições, desde que seguidos os protocolos de segurança sanitária. O estado de São Paulo prevê um prazo de 9 a 18 meses, contados a partir de março, para finalizar o processo de reabertura.