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    Vacina da dengue: número de doses disponibilizadas a SP é baixo, diz diretor do Butantan à CNN

    Segundo Esper Kallás, estado recebeu cerca de 70 mil doses do imunizante enviadas pelo Ministério da Saúde

    Da CNN

    Em entrevista à CNN nesta terça-feira (5), o diretor do Instituto Butantan, Esper Kallás, afirmou que o número de doses da vacina contra a dengue enviado pelo Ministério da Saúde ao estado de São Paulo é baixo para atender à demanda da população paulista.

    Segundo Kallás, cerca de 70 mil doses do imunizante Qdenga foram destinados ao estado. “É muito pouco. Nós somos 44 milhões de pessoas”, comentou.

    “O Ministério da Saúde tem uma política de distribuição baseada em número de casos O número de doses anunciado pelo ministério é relativamente pequeno diante da necessidade do país e, portanto, por exemplo, o estado de São Paulo só vai receber, na última notícia que a gente teve, 70 mil doses nessa primeira leva que está chegando e, portanto, a gente não imagina que ela vai ter um impacto no número de casos”, afirmou.

    A vacina Qdenga, que é utilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), tem um intervalo de aplicação de três meses entre a primeira e a segunda aplicação. Na avaliação de Kallás, esse é um diferencial da vacina que está sendo desenvolvida pelo Butantan, que é de dose única.

    Segundo Kallás, o Butantan está trabalhando para obter a aprovação da vacina junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

    “Vamos completar a submissão para a Anvisa no segundo semestre deste ano e, tudo correndo bem, devemos começar a disponibilizar a vacina para utilização só depois dos processos regulatórios normais de aprovação, que é estimado para acontecer só em 2025”, explicou.

    A CNN procurou o Ministério da Saúde para obter um posicionamento, mas ainda não houve retorno.

    Situação de emergência em São Paulo

    O governo paulista decretou situação de emergência por causa da dengue nesta terça. A decisão foi tomada depois que o estado superou os 300 casos prováveis por 100 mil habitantes, o que configura uma epidemia da doença.

    “A decretação [de emergência] tem alguns efeitos: o primeiro deles é que sensibiliza as autoridades, principalmente o Ministério da Saúde, a enquadrar o estado de SP como um dos estados de emergência. Tem destinação de verba que aguarda definição pelo Ministério da Saúde de aporte de recursos para enfrentamento da doença.

    Além disso, a medida “facilita um pouco a aquisição de equipamentos, contratação de pessoal ou de terceirização e medidas de enfrentamento da doença e faz outra coisa: chamar a atenção, principalmente da população”.

    (Publicado por Fábio Munhoz)

     

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