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    Um em cada três ataques em escolas já registrados no Brasil aconteceu em 2023

    Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (20), aponta que escolas do Rio de Janeiro são quase 8 vezes mais perigosas para alunos do que em outros estados

    Léo Lopesda CNN

    Um em cada três ataques violentos já registrados em escolas brasileiras aconteceu no ano de 2023, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgado nesta quinta-feira (20).

    “De 2002 a 2022 foram consumadas ao menos 16 ocorrências dessa natureza no país. Somam-se a elas outras sete transcorridas no presente ano, 2023″, aponta o relatório assinado pelo diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), Renato Sérgio de Lima, e o sociólogo consultor do FBSP, Cauê Martins.

     

    Os dados da série histórica, iniciada em 2002, são creditados ao relatório da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, feito no ano passado.

    Os autores apontam “discursos de ódio, bullying, racismo, misoginia, intolerância étnica ou religiosa” como motivadores majoritários para casos desse tipo.

    O bullying, por exemplo, é apontado como um dos principais problemas enfrentados nas escolas brasileiras. Na média nacional, 37,6% dos diretores de escolas apontaram a ocorrência de bullying na Avaliação Nacional do Rendimento Escolar, conhecida como Prova Brasil. O dado, o mais recente disponível, diz respeito ao calendário escolar de 2021.

    Em relação aos estados, Santa Catarina (60,2%), Distrito Federal (51,7%) e São Paulo (50,6%) têm os maiores percentuais. Outros cinco estados – Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul – têm percentuais acima da casa dos 46%.

    “Esse é um problema que agrava os riscos de ataques violentos às escolas e que não está exatamente correlacionado à incidência de outras violências nos territórios do entorno das instituições escolares, mas à exposição prolongada a processos violentos em âmbito familiar (negligência e autoritarismo parental) e conteúdo disseminado em redes sociais”, alerta o Anuário.

    O estudo aponta que 70,2% das escolas de ensino fundamental e médio do Brasil desenvolveram projetos específicos para prevenção e enfrentamento ao bullying.

    “São percentuais que confirmam e reforçam a centralidade do problema e que demonstram que, segurança pública, não pode ser vista apenas sob a ótica policial”, acrescenta o relatório.

    Escolas do RJ são quase oito vezes mais perigosas para alunos

    O Anuário também aponta que “a escola, no Rio de Janeiro, é uma instituição quase 8 vezes mais perigosa de se frequentar e ser vítima do fogo cruzado entre polícia e criminosos do que nos demais estados do Brasil”.

    De acordo com os dados do Prova Brasil referentes à 2021, das 4.331 escolas fluminenses, 560 registraram a ocorrência de tiroteio ou bala perdida alguma vez.

    Isso representa uma proporção de cerca de uma para cada sete escolas do Rio sendo alvo de bala perdida em 2021.

    “O problema é nacional, por certo, mas possui uma escala completamente diferente e maior no Rio de Janeiro. São várias as situações de violência narradas e, todas, em percentuais que não coadunam com a ideia da escola como espaço seguro e ambiente de proteção”, afirma o Anuário.