Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Tutores fazem manifestações em aeroportos pedindo justiça pela morte do cão Joca

    Defensores dos direitos do animais convocaram atos em pelo menos 12 cidades

    Carolina Figueiredoda CNN

    Em São Paulo

    Donos de cachoros, movimentos de defesa do direito dos animais e políticos ligados à causa organizaram, na manhã deste domingo (28), protestos pedindo justiça pelo golden retriever Joca, que morreu após ser enviado dentro do bagageiro para o destino errado pela empresa aérea Gol.

    Em São Paulo, os atos ocorrem nos aeroportos de Guarulhos e de Congonhas. Além das manifestações na capital paulista, estão previstos atos em outras 11 cidades.

    Em Guarulhos, os tutores levaram os cachorros para protestar pela falta de segurança no transporte de animais em voos no Brasil. Faixas penduradas no terminal doméstico de embarque do aeroporto pediam “justiça pelo Joca” e criticavam: “Animal não é bagagem”. Veja imagens abaixo.

    O golden retriever Joca embarcou, na última segunda (22), de Guarulhos para o aeroporto de Sinop, no Mato Grosso, onde encontraria seu tutor. Porém, o pet acabou sendo levado para Fortaleza, no Ceará, devido ao que a empresa Gol Linhas Aéreas definiu como uma falha operacional.

    Após ser informado do erro quando desembarcou em Sinop, o tutor de Joca, o engenheiro João Fantazzini, optou pro regressar ao Aeroporto de Guarulhos para se encontrar com o bichinho, que foi posteriormente alocado em uma aeronave na capital cearense com destino a São Paulo.

    Segundo João, o veterinário do golden retriever havia dado um atestado indicando que o animal estava apto a viajar pelo período de duas horas, mas com a falha da companhia aérea, o cão Joca ficou mais de sete horas no trajeto. O cachorro chegou morto ao aeroporto de Guarulhos.

    Fantazzini esteve presente no ato deste sábado (28) em Guarulhos. Emocionado, ele agradeceu a participação dos manifestantes e disse que vai lutar por Joca e por todos os cachorros que precisam ser transportados para que nenhum outro passe pelo que o golden passou.

    O engenheiro afirmou que viajará a Brasília na próxima terça-feira (30) para participar de uma reunião com o Ministério dos Portos e Aeroportos e representantes do Congresso Nacional. A reunião deve tratar de projetos de lei que visam proibir o transporte aéreo de animais domésticos em bagageiros. Os protetores dos direitos dos animais defendem que as companhias aéreas estabeleçam protocolos para que os pets possam ser levados na cabine, junto com seus tutores.

    “Nenhuma companhia aérea vai tratar nossos cachorros como carga, porque eles são nossos filhos. A minha dor é de perder um filho”, declarou.

    Em nota, a Gru Airport, concessionária do Aeroporto de Guarulhos, informou que a manifestação não impactou na operação do aeroporto.

    A concessionária Aena, do aeroporto de Congonhas, informou que o protesto reuniu algumas pessoas com animais na frente do check-in da Gol e que não houve impacto operacional.

    Governo prevê nova política para transporte

    Em reunião realizada nesta quinta-feira (25), em Brasília, foi dado o primeiro passo para a criação da chamada Política Nacional de Transporte Aéreo de Animais – PNTAA, a qual o governo pretende lançar ainda no primeiro semestre de 2024.

    As mudanças ocorrem após a morte do cão Joca, de cinco anos, que foi transportado de forma equivocada para Fortaleza, no Ceará, pela GOL Linhas Aéreas.

    O encontro promovido pelo Ministério dos Portos e Aeroportos e pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) contou com a presença de interlocutores da GOL, Latam e Azul, além da Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear).

    Na sessão, ficou definido que a Anac irá conduzir uma consulta pública para angariar sugestões da sociedade para aprimorar a Portaria nº 12.307/23, referente às regras para transportes de animais por meios aéreos.

    As companhias também enviarão suas contribuição em um prazo de 10 dias.