Turistas que ficaram sem voo de volta em Fernando de Noronha voltam ao continente
Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) proibiu, por tempo indeterminado, pousos de aeronaves de turbojatos, por causa das condições da pista do aeroporto, consideradas perigosas
A viagem de férias para Fernando de Noronha do casal Fernanda e Leandro Escoralique, do Rio de Janeiro, deveria durar seis dias, mas eles passaram nove dias no arquipélago.
A viagem foi planejada com antecedência. Compraram bilhetes pela companhia aérea GOL, incluindo ida e volta. Mas, devido à restrição de pousos no aeroporto da Ilha, por causa das condições da pista, a passagem de volta foi suspensa.
Por isso, o casal teve que comprar outro bilhete, da Azul, para retornar. Eles desembarcaram na tarde desta quarta-feira (19), no Aeroporto Internacional do Recife.
“Nós tivemos que comprar essa outra passagem para não perder nossos outros dias de férias, alem do próximo voo que é hoje. Ninguém pagou hospedagem extra para nós. Pagamos e guardamos os recibos para pedir ressarcimento ou acionar a justiça futuramente, caso não paguem”, disse Fernanda à nossa reportagem.
Desde quarta-feira da semana passada (12), a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) proibiu, por tempo indeterminado, pousos de aeronaves de turbojatos, por causa das condições da pista do aeroporto, consideradas perigosas. A medida causou impactos nas companhias aéreas e também nos passageiros.
Em nota a GOL – que operava dois voos diários entre Recife e a Ilha em aeronaves a jato e que estão suspensos – informou que começaria nesta quarta-feira uma operação extra com a companhia VOEPASS para atender os clientes afetados pela restrição.
E que, as passagens emitidas com destino ou partida de Noronha, desde 12 de outubro, compradas diretamente com a GOL, podem ser remarcadas, pedir crédito ou reembolso do valor.
Já a Azul informou que reacomodou todos os passageiros impactados e anunciou a reabertura da venda de passagens de ou para Fernando de Noronha. Esse mês, a empresa terá dez voos diários regulares entre Recife e o arquipélago, cinco indo e cinco voltando. Além de operações extras.
A CNN entrou em contado com a DIX Aeroportos, que administra o terminal de Noronha.
Em nota, a empresa esclareceu que as empresas aéreas passaram a operar com aeronaves a hélice e turbo-hélice em substituição aos aviões turbojatos atendendo às determinações da Anac. As aeronaves de menor porte continuam a pousar e decolar do aeroporto da Ilha.
A DIX Aeroportos também informou que a primeira etapa das obras da pista deverá estar concluída no final de novembro. Então, deverá ser realizada uma nova avaliação para que seja retirada ou não a restrição de pousos.
O que diz o Governo de Pernambuco
A recuperação emergencial da pista de pouso e decolagem do Aeroporto de Fernando de Noronha – Governador Carlos Wilson, já foi iniciada no dia 06 outubro, pela Secretaria de Infraestrutura e Recursos Hídricos (Seinfra) e será concluída em 60 dias.
O Governo de Pernambuco está investindo mais de R$ 60 milhões na requalificação completa do Aeroporto de Fernando de Noronha. As intervenções iniciadas para a execução de reparos em pontos localizados da pista de pouso e decolagem (PPD) do Aeroporto contam com investimento de R$ 1,2 milhão.
A pista do aeroporto de Noronha tem 1.845 metros de comprimento por 45 m de largura.