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    Três suspeitos de assassinar Mãe Bernadete são presos na Bahia

    Um quarto suspeito identificado segue sendo procurado pelas forças de segurança da Bahia

    Flávio IsmerimAna Coelhoda CNN

    São Paulo

    A Secretaria de Segurança Pública (SSP) da Bahia confirmou, nesta segunda-feira (4), a prisão de três suspeitos de assassinar Bernadete Pacífico, ialorixá e liderança quilombola. Ela foi morta a tiros na noite de 17 de agosto, aos 72 anos, dentro do Quilombo Pitanga dos Palmares, na cidade de Simões Filho, onde morava.

    Marcelo Werner, secretário responsável pela pasta, informou que um quarto suspeito identificado é procurado pelas forças de segurança do estado e há esforços para identificar outros possíveis envolvidos no caso.

    “As forças de segurança estão atuando com toda a determinação na apuração dos fatos. Não pouparemos esforços para que a justiça seja feita neste triste caso”, afirmou Werner.

    A motivação do crime segue sendo apurada. O secretário contou que um dos suspeitos chegou a alegar um motivo em depoimento, mas pediu cautela já que a alegação será confrontada com outras provas coletadas na investigação.

    “É prematuro falar sobre a motivação”, afirmou.

    A PF da Bahia também apura a morte de Binho do Quilombo (Flávio Gabriel Pacífico dos Santos), filho de Bernadete assassinado com 14 tiros também no quilombo há 6 anos.

    Quem era a líder quilombola?

    Bernadete Pacífico era coordenadora nacional da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq) e, segundo nota emitida pela entidade, dedicou sua vida “à preservação da cultura, da espiritualidade e da história de seu povo”.

    No texto, a Conaq lembra que o assassinato de Binho do Quilombo, filho da líder, segue sem resposta, a exemplo de homicídios cometidos contra outras lideranças quilombolas. “Junta-se à injustiça mais uma vítima da violência enfrentada por aqueles que ousam levantar suas vozes na defesa dos nossos direitos ancestrais”, afirma.

    “Mãe Bernadete, agora silenciada, era uma luz brilhante na luta contra a discriminação, o racismo e a marginalização. Atuava na linha de frente para solucionar o caso do assassinato do seu filho Binho e bravamente enfrentou todas as adversidades que uma mãe preta pode enfrentar na busca por justiça e na defesa da memória e da dignidade de seu filho.”

    Advogado do caso pede proteção federal

    Um dos advogados que representa a família, David Mendez, submeteu ao governo federal um pedido para que ele seja incluído no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH).

    A solicitação de Mendes foi apresentada na noite de quarta-feira (30) após o advogado encontrar manchas de sangue de origem animal, na entrada de sua residência. Ele alega que vem sofrendo diversas ameaças e perseguições.

    Veja também: Brasil tem 1,3 milhão de quilombolas, diz Censo do IBGE