Três acusados pela morte de congolês em quiosque no Rio vão a júri popular
Moïse Kabagambe foi espancado até a morte na Barra da Tijuca, na zona oeste da capital fluminense, em janeiro de 2022
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro definiu que os três acusados pela morte do congôles Moïse Kabagambe serão julgados por um júri popular. O crime aconteceu no dia 24 de janeiro de 2022, quando o estrangeiro foi espancado até a morte em um quiosque da praia da Barra da Tijuca, na zona oeste da capital fluminense.
Os réus Fábio Pirineus da Silva, Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca e Brendon Alexander Luz da Silva vão responder por homicídio doloso triplamente qualificado — por ter sido realizado por motivo fútil, meio cruel e com impossibilidade de defesa da vítima. Os três estão presos desde fevereiro de 2022.
O magistrado não definiu data para o julgamento. Na mesma decisão, ele determinou a manutenção da prisão preventiva dos acusados pois “permanecem inalterados os motivos ensejadores da prisão, além da necessidade de resguardar a integridade física e psicológica das testemunhas”.
Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, os acusados derrubaram, amarraram e espancaram Moïse Kabagambe em um quiosque onde o estrangeiro já havia trabalhado como freelancer.
Os três agressores foram flagrados por imagens de câmera de segurança e admitiram que participaram do espancamento. Eles afirmam que Moïse estava “agressivo” e tentou pegar bebidas do freezer sem autorização. A família do congolês afirma que ele foi ao quiosque cobrar uma dívida de trabalho no valor de R$ 200.
O laudo da perícia obtido apontou que a causa da morte foi traumatismo no tórax com contusão pulmonar. Havia sinais de hemorragia e aspiração de sangue e dez marcas dos golpes feitos com um taco de baseball, que foi apontado como sendo um instrumento usado em um dos quiosques para quebrar o gelo de bebidas.