Transferência de pacientes para SP nos deu uma ‘folga’, diz prefeito de Campinas
Jonas Donizette (PSB) falou sobre o enfrentamento à doença no interior do estado
Os casos de Covid-19 seguem aumentando no interior de São Paulo. Em entrevista à CNN, Jonas Donizette (PSB), prefeito de Campinas e presidente da Frente Nacional dos Prefeitos, avaliou o cenário do vírus na região e afirmou que a transferência de alguns pacientes da para a capital deu um ‘respiro’ no combate à Covid-19 na região.
“Essa pandemia realmente está fazendo a interiorização. Cerca três meses atrás, Campinas ajudou São Paulo, nós recebemos [pacientes] de 70 cidades da região metropolitana. Agora,há 20 dias, foi a região de Campinas que precisou de ajuda”, comparou.
A cidade de Campinas chegou a registrar um novo recorde de mortes pelo novo coronavírus em um único dia. Foram 26 novos óbitos, elevando para o total de 481 mortes desde o início da pandemia. O recorde anterior era de 23 mortes no dia 23 de junho. O político explica que a região precisa de um suporte maior do que a do próprio município.
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“Na verdade, não é a cidade. Temos aqui uma boa estrutura de saúde e nenhum paciente daqui foi transferido para a capital. No entanto, como somos uma região administrativa que pega cerca de 6 milhões de habitantes, tivemos a necessidade de transferir alguns pacientes para o hospital do Anhembi.Essa transferência [de pacientes] nos ajudou, porque atualmente nosso índice de ocupação de leitos de UTI, que já chegou a 100%, hoje está em 85%. Então, nós já tivemos uma folga e respiro”, acrescentou.
Na avaliação do prefeito, a população está mais consciente sobre a seriedade da doença. No entanto, a gestão ainda enfrenta resistência em consequência daà desinformação.
“Boa parte da população, devido às informações passadas até pelo nosso próprio presidente [Jair Bolsonaro] em algumas vezes, que chegou a minimizar a doença, acabou não acreditando na seriedade da doença. Mas agora estamos em um momento que [toda esta situação] ajuda os administradores, ele é triste, mas ajuda. A gravidade já está mais perto das pessoas. Antes, só se ouvia falar, agora a realidade está mais próxima da população, então as pessoas estão tratando o assunto com mais responsabilidade”, finalizou.
(Edição: Luiz Raatz)