Tiroteio em festa junina deixa cinco mortos e sete feridos no Rio de Janeiro
Quatro homens armados invadiram uma festa junina, no bairro Anchieta, durante madrugada deste domingo (28)
Um tiroteio em uma festa junina que acontecia dentro da comunidade Az de Ouro, que fica no bairro Anchieta, na Zona Norte do Rio de Janeiro, deixou cinco pessoas mortas e pelo menos sete feridos na madrugada deste domingo (28). Entre as vítimas, está uma criança de apenas 10 anos. Rayanne Cardoso Lopes completaria 11 anos no próximo mês. As outras quatro pessoas são homens adultos com idade entre 20 e 23 anos.
De acordo com a Polícia Militar, o crime aconteceu em um condomínio próximo à comunidade. Segundo moradores da comunidade, que compartilharam vídeos do caso nas redes sociais, por volta das 2h da manhã, quatro homens armados chegaram em carros pretos atirando no local em que a festa acontecia, em seguida foram embora sem levar nada. As testemunhas não souberam identificar os modelos dos veículos. Dezenas de pessoas, incluindo crianças, participavam do evento.
A partir de relatos nas redes sociais, foram encontradas marcas de tiro em uma das paredes onde a festa estava sendo realizada, além de imagens com sangue no chão.
As vítimas foram levadas para hospitais estaduais da região. A secretária Estadual de Saúde informou que Antônio Marcos Barcelos Pereira Júnior não resistiu aos ferimentos e morreu no Hospital Estadual Getúlio Vargas. Outro homem baleado, ainda sem identificação, fugiu enquanto recebia atendimento médico.
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A Polícia Militar informou que a motivação do tiroteiro ainda é desconhecida. O crime está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da capital do Rio de Janeiro. Uma das linhas de investigação da divisão de homicídios aponta que as mortes podem ter sido resultado de uma briga entre facções rivais que fazem tráfico de drogas.
Segundo relatos, um mês atrás, um traficante ligado ao grupo que atirou, foi morto, e os filhos do traficante que comanda a região onde aconteceu a festa comemoraram. Eles estariam entre as vítimas, dando a entender que se trata de um acerto de contas.
Nas redes sociais, moradores relataram os momentos de terror durante os disparos e acreditam que a aglomeração tenha incomodado os criminosos por conta da pandemia.
O bairro Anchieta fica dentro da circunscrição da 31ª Delegacia de Polícia, e segundo os dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro, só em 2020, entre janeiro e maio, já foram registrados 16 crimes violentos, letais, e intencionais. Dentre eles, casos de latrocínio e homicídio. Somente no mês de maio, cinco pessoas morreram vítimas de crimes violentos na região.
Aglomeração durante a pandemia
Entre as medidas contra o coronavírus, está o afastamento social e a proibição de aglomeração no estado. Os órgãos municipais e estaduais têm feito fiscalizações nos locais onde são registrados maior movimentação de pessoas. No município os bairros mais demandados são: Campo Grande, Centro, Realengo, Bangu, Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes, Tijuca, Copacabana, Santa Cruz e Taquara.
De acordo com a prefeitura, as ações visam fiscalizar reuniões (sem aparente justificativa) de dez pessoas ou mais sem a observância de um metro e meio de distância entre elas.
(Edição de Luiz Raatz)