Temos que pôr a legislação em prática, diz Azambuja sobre queimadas no Pantanal
Governador do Mato Grosso do Sul falou sobre queimadas no Pantanal e disse que estiagem é pior nos últimos 50 anos
Para o governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), não é por falta de legislação que o Pantanal arde. Em entrevista à CNN nesta terça-feira (15), um dia após o estado declarar emergência pelas queimadas no bioma, ele disse que, além da estiagem o desrespeito às leis tem dificultado o trabalho de conservação.
“Temos a melhor legislação ambiental do mundo, muito mais do que alguns países nos cobram. Temos que pôr em prática e mostrar que estamos cuidando do meio ambiente, preservando biomas que são importantíssimos. Mas quando tem uma estiagem monstruosa, que em 50 anos nunca teve, dificulta”, declarou.
Ele afirmou que o Pantanal tem como especificidade a navegação exclusiva por meio dos rios. “Não tem estradas, as estradas são rios”, disse, acrescentando que a seca e a diminuição do lençol freático dificultou a movimentação dos agentes fiscalizadores.
Segundo o governador, o estado continua monitorando a situação ambiental por meio de satélites. Ele afirma que a fiscalização localizou vários focos coordenados de incêndio nos últimos meses, que foram punidos com o que chamou de “multas milionárias”.
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Azambuja atribui o aumento nos focos de incêndio à estiagem prolongada. Segundo ele, anteriormente, o rio Paraguai vinha de cheias constantes, que fizeram com que o volume de material orgânico nas margens crescesse muito e facilitasse o espalhamento das chamas.
“Há 60 dias, conseguimos debelar todos os focos de incêndio. Mas com advento de estiagem prolongada, muitos ventos e muitos focos localizados, alguns desses sob investigação por serem criminosos, de pessoas que não têm o mínimo cunho de responsabilidade de entender o que é prejudicial ao meio ambiente, nós entendemos [que era o momento de decretar emergência]”, afirmou.
Ele disse que a emergência, aprovada pelo governo nesta segunda (14), vai facilitar a ação coordenada entre órgãos federais e estaduais. O governador afirma que os R$ 3,8 milhões em recursos federais destinados ao combate do fogo irão para a contratação e manutenção de equipamentos.
Azambuja convocou voluntários e ONGs que se solidarizem com a situação do Pantanal a se juntar à força-tarefa estadual e torceu para que, com a chegada da primavera, venham também as chuvas, que amenizariam o problema.