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    Suspeita de matar empresário envenenado com brigadeirão ficou em apartamento com cadáver por dias, diz investigação

    Laudo do IML revela que morte ocorreu pelo menos 3 dias antes de o corpo ter sido encontrado no imóvel

    Da CNN

    A psicóloga Julia Andrade Cathermol Pimenta, 29 anos, suspeita de ter matado o próprio namorado por envenenamento no Rio de Janeiro, ficou por dias com o cadáver no apartamento onde a vítima morava, segundo as investigações do caso.

    O homem morto era o empresário Luiz Marcelo Antonio Ormond, 44 anos, que namorava Julia havia poucos meses e morava na zona norte da capital fluminense. A mulher está foragida. Nesta semana, a polícia prendeu outras duas pessoas suspeitas de terem envolvimento com o caso.

    O corpo de Ormond foi encontrado no início da noite do dia 20 de maio no sofá do apartamento. Porém, segundo laudo do Instituto Médico Legal (IML), o cadáver estava em estado avançado de decomposição, indicando que a morte pode ter ocorrido pelo menos três dias antes.

    O dia 17 de maio, inclusive, foi a última ocasião em que o empresário foi visto com vida por testemunhas.

    Entre os dias 18 e 20, Julia continuou transitando pelo condomínio onde a vítima morava. Nos dias 18 e 19 de maio, testemunhas disseram à polícia que ela chegou a ir à academia do prédio.

    Um dos porteiros relatou aos policiais que, no dia 19 –dois dias depois de Ormond ter sido visto pela última vez– Julia o procurou e pediu ajuda para retirar o carro do namorado da garagem, pois teria batido o veículo contra uma pilastra.

    O porteiro disse que ajudou Julia a tirar o carro do estacionamento, mas que estranhou a situação, já que o empresário não teria, segundo ele, o costume de deixar que outras pessoas dirigissem o automóvel.

    Imagens de câmeras de segurança mostram a mulher indo pegar um cartão bancário do namorado, entregue por correspondência, enquanto o homem já estava morto. Outros registros mostram Julia voltando da academia para o apartamento.

    Testemunhas também disseram à polícia que suspeitam que Julia utilizou o celular de Ormond com ele já morto, para se passar por ele. Algumas dessas pessoas estranharam o fato de as respostas terem sido enviadas em formato de texto, já que, segundo elas, a vítima tinha o costume de se comunicar somente por áudio.

    O empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond / Divulgação/Redes socais

    Um outro relato feito aos policiais informa que, no último dia em que Ormond foi visto com vida, ele disse a uma testemunha que a namorada iria fazer um brigadeiro para ele.

    No momento em que o corpo foi retirado do imóvel, um frasco de morfina foi encontrado próximo ao local onde ele estava. Uma testemunha, que é médica, afirmou que o empresário nunca disse a ela que usava tal substância e que não sabia como ele poderia obtê-la. Porém, que Julia, por ser psicóloga, podia ter acesso com facilidade. “Motivo pelo qual a declarante tem absoluta certeza de que não foi a vítima quem enviou a mensagem no dia 19/05 e ressalta que teme pela sua integridade física diante de tanta crueldade”, diz o inquérito.

    Suspeita de apropriação de bens

    No inquérito, o delegado Marcos André Buss, assinala que “a hipótese provável que se extrai dos elementos reunidos é a de que ela [a morte de Ormond] teria sido dolosamente produzida por JULIA ANDRADE CATHERMOL PIMENTA, possivelmente, com o emprego de alguma substância nociva ao organismo humano, a fim de que esta pudesse apropriar-se de bens e valores da vítima, após sua morte”.

    A morte do empresário, diz o inquérito, “ao que tudo indica, constituiria resultado pretendido por ela, enquanto meio para apropriação de bens e de valores”.

    Ainda segundo relato de testemunhas, a vítima teria dito a pessoas próximas que conheceu Julia por meio de redes sociais e que ela possuía dívida com um agiota, que já teria feito ameaças de morte contra ela.

    Por causa dessa suposta dívida, Ormond teria feito a Julia um pagamento no valor de R$ 2.600 aproximadamente dois meses antes de sua morte.

    (Com informações de Rachel Amorim, da CNN no Rio de Janeiro)