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    Suspeita de envenenar empresário no Rio se aproveitou da “carência emocional” da vítima, diz amiga

    Mãe de Luiz Marcelo Ormond morreu cerca de um ano antes do filho; principal suspeita, namorada era psicóloga

    Fábio Munhozda CNN

    Em São Paulo

    Uma amiga do empresário Luiz Marcelo Antonio Ormond, 44 anos, que morreu no dia 17 de maio após comer um brigadeirão envenenado, afirmou à CNN que a principal suspeita do crime se “aproveitou” de um momento de “carência emocional” para entrar na vida da vítima. O corpo dele foi encontrado no dia 20.

    A amiga pediu para não ser identificada por medo de represálias, já que a principal suspeita pelo crime, a psicóloga Julia Andrade Cathermol Pimenta, 29 anos, ainda está foragida. Julia era namorada do empresário.

    Segundo o delegado Marcos Buss, responsável pelas investigações do caso, a motivação do crime foi econômica. “Júlia estaria buscando uma união estável com o empresário, no intuito de herdar os bens. Com a resistência da vítima, ela decidiu dar cabo da vida dele e subtrair bens e fazer transações”, disse o delegado.

    “Eu acredito que Julia se aproveitou de sua profissão, que estuda as mentes, para conseguir o que queria”, disse a amiga de Ormond. Ela destacou que o empresário havia conhecido Julia entre 2013 e 2014, mas que deixaram de se encontrar em meados de 2017 após um desentendimento.

    Em seu depoimento à Polícia Civil, Julia disse que “tinha relacionamento com Luiz desde 2013, mas [eram] esporádicos”.

    Em 2020, a psicóloga teria reaparecido na vida do empresário. “Eles, então, voltaram a se falar e logo depois, a sair. Mas era só ‘pegação’, pois ele sabia que ela tinha um namorado”, contou a amiga.

    A psicóloga Julia Andrade Cathermol Pimenta, suspeita de ter matado o empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond envenenado com um brigadeirão
    A psicóloga Julia Andrade Cathermol Pimenta, suspeita de ter matado o empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond envenenado com um brigadeirão / Reprodução/redes sociais

    Os contatos entre os dois ficaram mais frequentes após a morte da mãe de Ormond, no ano passado. “Depois de uma semana, ela voltou a ficar ligando direto para ele, perguntando como ele estava, se podia vê-lo. E tentando convencê-lo de voltarem a sair. Ela sabia que ele estava mal psicologicamente e ficou tentando se aproveitar disso”, disse a amiga.

    “Depois de muita insistência dela, eles voltaram a sair. Nada sério novamente, pois ele sabia que ela ainda tinha namorado. Até que um dia ele cedeu em terem uma conversa séria entre os dois. E, no dia 19 de abril, ela chegou na casa dele com mala dizendo que gostava dele. Que tinha terminado com o tal namorado para ficar com ele.”

    Segundo a amiga, “Marcelo acreditou em toda essa cena e resolveu tentar algo com ela e, desde então, ficou na casa dele”.

    No dia 24 de abril, cinco dias depois da conversa que teria acontecido entre a vítima e a namorada, o empresário atualizou seu status em uma rede social e informou estar casado.

    No dia 24 de abril, cerca de um mês antes do crime, empresário Luiz Marcelo Ormond atualizou status em uma rede social e informou que havia se casado
    No dia 24 de abril, cerca de um mês antes do crime, empresário Luiz Marcelo Ormond atualizou status em uma rede social e informou que havia se casado / Reprodução/redes sociais

    “Para mim, essa encenação toda já era armação para ela ficar lá dentro e conseguir roubá-lo, pois ela sabia que ele estava mal psicologicamente. Mas nunca imaginei que ela o mataria. Achei que ela iria tentar uma união estável com ele e logo depois separar. Tanto que eu o aconselhei que se casasse e fosse somente por separação total de bens, pois eu sabia que assim ela não iria aceitar”, relatou a amiga.

    Morte da mãe

    A mulher, que falou à CNN sob condição de anonimato, conta que Ormond “era um rapaz que vivia para cuidar da mãe”.

    “Após a morte da mãe, ele vinha sofrendo muito pela ausência dela, pois moravam os dois na mesma casa. Ele foi levando a vida dele como dava e tentando superar a perda. Mas o vazio dentro de casa era enorme. A falta de alguém com ele era muito grande”, disse.

    Garota de programa

    Em depoimento à polícia, a cigana Suyany Breschak, que foi presa por suposto envolvimento no crime, afirmou que Julia era garota de programa.

    A amiga de Ormond que falou à CNN acredita que a vítima não sabia que Julia trabalhava com prostituição. “Posso garantir isso, pois ele era chato com os relacionamentos”.

    “Ele prezava por uma mulher direita e que quisesse crescer na vida junto com ele. Qualquer um que conhecesse ele sabe que ele não se relacionaria com Julia se soubesse que ela era garota de programa, por mais carente emocional que ele estivesse.”

    Júlia Andrade Cathermol Pimenta está sendo procurada pela polícia
    Júlia Andrade Cathermol Pimenta está sendo procurada pela polícia / Reprodução