Sócio de advogado executado no Rio desconhece ameaças sofridas pelo colega
Equipe nega que a morte de Rodrigo Marinho Crespo tenha relação com os casos que defendia no escritório
O sócio de Rodrigo Marinho Crespo, Antônio Vanderler de Lima Júnior, disse à CNN que não tinha conhecimento de ameaças sofridas pelo advogado, morto a tiros na última segunda-feira (26). O crime teve características de execução. Em comunicado divulgado à imprensa, a equipe do escritório Marinho & Lima Advogados negou que a morte colega possa ter relação com os casos que defendia no escritório.
“Dr. Rodrigo sempre teve total liberdade de atuar em casos particulares e projetos pessoais sem vínculo e conhecimento do escritório. Logo, podemos afirmar que a origem de um ato grave como esse não tem qualquer possibilidade de relação com sua atuação na defesa dos interesses dos nossos clientes”, informou a nota, que também lamentou o crime.
O advogado, de 42 anos, atuava com assessoria jurídica a corretoras de bitcoins e outros criptoativos, segundo a página do escritório. Além disso, os advogados do grupo também defendiam, segundo a página oficial da empresa, causas relacionadas ao Direito de Entretenimento e Jogos, como loterias estaduais, produtos de capitalização na modalidade filantropia e consultoria para implantação de operações relacionadas a jogos que possuem amparo legal, como corrida de cavalo e torneios de pôquer, por exemplo.
O corpo de Rodrigo foi sepultado nesta quarta-feira (28), no cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Ele foi morto a tiros na tarde de segunda-feira (26) no centro da capital fluminense.
Imagens de câmeras de segurança que já estão em poder dos investigadores mostram que um veículo branco estaciona em fila dupla e fica esperando a vítima. Quando o advogado passa pelo local, um homem sai do carro e atira contra ele várias vezes, na região do rosto e tórax.
O criminoso ainda se aproxima e dispara de novo contra o homem, já caído no chão. Logo na sequência, volta para o carro e vai embora, sem levar pertences de Rodrigo. A ação dura pouco mais de dez segundos. Pessoas que passavam pela calçada se assustam com o crime e saem correndo.
Como nada foi levado, a Polícia Civil do Rio já descarta a hipótese de latrocínio, que é o roubo seguido de morte. Segundo o Secretário Marcus Amim, outras linhas de investigação são consideradas, como a execução.
A polícia trabalha para entender a motivação do crime, que teria sido planejado. Pelo menos quatro testemunhas já foram ouvidas. Na manhã desta quarta (28), mais uma vez policiais da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) estiveram investigando perto do local do crime. Nos últimos dias, a sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também recebeu os investigadores, que queriam levantar mais pistas sobre o caso.
A DHC também está com as chaves do apartamento do advogado. No local, agentes pretendem apreender itens que ajudem nas investigações, como, por exemplo, um computador.