Silvio Santos teve filha sequestrada e ficou na mira de criminoso
Reservado quanto à vida pessoal, dono do SBT viu intimidade da família ser exposta e, agosto de 2001, quando a filha Patricia Abravanel foi sequestrada e passou uma semana em cativeiro
Entre ser camelô, locutor de rádio, empresário, apresentador de TV e eterno comunicador, Silvio Santos, que faleceu neste sábado (17) em São Paulo, foi marido, pai e avô.
Reservado quanto à vida pessoal, o dono do SBT viu a intimidade da família ser exposta e, agosto de 2001, quando a filha Patricia Abravanel foi sequestrada e passou uma semana em cativeiro. Ela só foi liberada após o pagamento do resgate no valor de R$ 500 mil.
Dias depois, o sequestrador Fernando Dutra Pinto, um dos que integrava o grupo, pulou o muro da mansão da família Abravanel, no Morumbi (SP), e fez o apresentador refém. Ele estava com duas armas carregadas, segundo o livro “Silvio Santos, a biografia”.
O caso foi acompanhado por todo o país pela tela da televisão, inclusive pela TV Globo – que teve audiência recorde com as transmissões sobre o episódio, que poderia ter acabado em tragédia.
Depois de cinco horas agonizantes para todos os envolvidos, Dutra Pinto decidiu se entregar. Em depoimento, Silvio Santos contou que negociou a própria libertação ao fazer ligações para autoridades enquanto era mantido refém. A pedido de dele, o governador Geraldo Alckmin foi até o local para tentar ajudar na situação.
Preso após se entregar, Dutra Pinto passou mal e morreu no trajeto entre Centro de Detenção Provisória (CDP) 2 do Belém e o Hospital Municipal do Tatuapé.
O laudo do IML apontou que a causa da morte foi o agravamento de uma pneumonia bacteriana, mas a versão oficial sobre as circunstâncias da morte gerou controvérsia.
Pais do sequestrador, Antônio Sebastião Pinto e Anesia de Jesus Dutra Pinto processaram o Estado de São Paulo alegando que Dutra Pinto morreu devido à falta de atendimento médico necessário.
O casal pediu indenização por danos materiais e morais, mas a 13ª vara de Fazenda Pública de São Paulo julgou a ação como improcedente em 2011.