Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Séries Originais mostra desafios da microcefalia e da distribuição de alimentos

    Episódios mostram jornada de mães com filhos contaminados pelo vírus da zika e avanços na produção de alimentos para diminuir o desperdício

    Além de mostrar o tratamento das crianças, episódio mostra a jornada das mães com seus filhos
    Além de mostrar o tratamento das crianças, episódio mostra a jornada das mães com seus filhos Foto: CNN

    Da CNN

    No segundo episódio de “Zika: 5 Anos Depois”, o CNN Séries Originais mostra a jornada das famílias que foram em busca de terapia para crianças com microcefalia, uma corrida contra o tempo que desafiou médicos, cientistas e autoridades da época. 

    Para entender os caminhos percorridos no tratamento das crianças com microcefalia, a produção do Séries Originais foi a Recife. Depois da epidemia, em 2015, a capital pernambucana tornou-se um polo de referência para as pesquisas e os tratamentos sobre o vírus da zika. Mães de todo o estado vão até a APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Recife para que os filhos recebam tratamentos de fisioterapia, terapia ocupacional e exercícios. 

    “Eu pensei que estava sozinha não sabia que tinha tantos casos então a partir daí eu fui conhecendo outras mães que aquilo realmente foi um surto e não tinha só a minha filha tinha muitas crianças”, conta uma mãe. “Uma ajuda a outra, porque a gente só não consegue fazer nada. Mas juntas a gente pode tudo.” 

    Leia também

    Cinco anos depois da epidemia de zika, mães se sentem abandonadas

    Insetos podem ser uma fonte poderosa de proteína no futuro, aponta ONU

    Para enfrentar o desafio que surgiu junto com a epidemia, foi necessário um mergulho nos estudos da síndrome congênita do zika vírus: “Na verdade receber essas crianças para gente foi desafio. Primeiro que os meninos quando chegavam aqui, a sua grande maioria, não existe ainda um tratamento específico, com medicações específicas, tudo foi a base de estudos e experimentos”, conta a diretora da Apae, Poliana. O intuito das terapias é proporcionar mais qualidade de vida e conforto para as crianças que hoje estão com cinco anos.

    Além de mostrar o tratamento das crianças, o Séries Originais mostra a jornada dessas mães, os cuidados e desafios: são escadas, caminhadas, ônibus — tudo isso carregando a cadeira de rodas dos filhos, já que eles não conseguem andar sozinhos.

    A epidemia tornou-se uma questão de saúde pública que movimentou o cenário político, que vivia o início do processo de impeachment de Dilma Rousseff. “Eu estava com cinco dias que tinha assumido o Ministério da Saúde. Quando recebemos um comunicado oficial da secretaria de saúde do estado do Pernambuco dizendo que lá tinha um número expressivo de crianças nascidas com microcefalia”, relembra Marcelo Castro, ministro da Saúde à época. “Nós estávamos perdendo a batalha para o vírus, perdendo a batalha para o mosquito.”

    Séries Originais
    Séries Originais mostra desafios do tratamento de crianças com microcefalia
    Foto: CNN 

    Um estudo de setembro de 2019 associou, pela primeira vez, a má formação provocada pelo zika ao alto nível de contaminação da água por toxinas. As “saxitoxinas” são um dos mais potentes e comuns neurotóxicos encontrados na natureza. O que significa dizer que prejudicam e alteram as células neurológicas. 

    O estudo avaliou a concentração destas toxinas nas regiões brasileiras entre 2014 e 2018: 50% das amostras do nordeste analisadas continham cianobactérias e as chamadas saxitoxinas; destas, 34% estavam em um nível acima do aceitável, enquanto em outras regiões (como o sudeste) não chegavam a 10% de concentração. “A explicação está por causa da seca que houve que propiciou o crescimento das cianobactérias, produzindo essa toxina, que ela potencializa as ações do vírus zika, que é um vírus neuro trópico que ataca o cérebro das crianças”, comenta o ex-ministro.

    Séries Originais
    No Brasil, até 40% de tudo o que é produzido vai para o lixo, segundo a FAO
    Foto: CNN

    Distribuição de alimentos

    No segundo episódio da série “O Futuro da Alimentação”, o Séries Originais explora os desafios para a distribuição da comida. De acordo com a Organização das Nações Unidas, quase 9% da população do mundo passa fome — um problema que poderia começar a ser resolvido se tanta comida não fosse desperdiçada.

    No Brasil, até 40% de tudo o que é produzido vai para o lixo, segundo a FAO, agência da ONU para alimentação. A situação é consequência, principalmente, das dificuldades na distribuição e das longas distâncias que os alimentos percorrem, até chegar à mesa das famílias — a cadeia de transporte é responsável por 80% do desperdício: “O grande Desafio do desperdício dos alimentos fica na cidade”, diz Rafael Zavala, representante da FAO no Brasil.

    “Só os alimentos que são hoje desperdiçados, já daria para alimentar toda a população que passa fome hoje no mundo, três, quatro, cinco vezes ao dia”, diz Daniel Balaban, diretor e representante Programa Alimentar Mundial da ONU no Brasil. 

    Todos os anos, cada habitante do planeta desperdiça cerca de 300 quilos de comida e o episódio mostra uma família que sobrevive de tudo que é desperdiçado nas feiras. A fotógrafa Rosana alimenta os sete filhos com frutas e legumes que iriam para o lixo. “São frutas que dá para fazer suco a grande parte da para comer ainda. É só você tirar um pedacinho que está ruim”, conta.

    Séries Originais
    Séries Originais mostra uma fazenda vertical de Brasília que é considerada a fazenda do futuro
    Foto: CNN

    Para quem estuda o assunto, uma das soluções é aproximar o produtor do consumidor final. O Séries Originais mostra uma fazenda vertical de Brasília que é considerada a fazenda do futuro. Dentro da estrutura de 90 m², pesquisadores realizam vários tipos de pesquisas envolvendo frutas e hortaliças, com luzes de vários tipos e canos interligados a sistemas de irrigação. 

    “A gente sai desse paradigma já milenar de cultivar apenas uma camada e passa aproveitar o espaço vertical também porque nós não dependemos mais da luz do sol”, diz o agrônomo Italo Guedes. “A população está crescendo, espaço para plantio vai diminuindo. A gente tem um espaço finito não adianta lutar contra isso, então as formas alternativas de otimizar o espaço sempre são bem-vindas”, conta a pesquisadora da Embrapa, Henriette Azeredo.