“Senhor das Armas”: contrabandista que abastece organizações criminosas pode ser extraditado para o Brasil
Diego Hernan Dirísio está preso na Argentina com a esposa desde o início de fevereiro; suspeita é que eles tenham enviado mais de 40 mil armas para facções como Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC)
Considerado o principal contrabandista de armas da América do Sul, o argentino Diego Hernan Dirísio pode ser extraditado para o Brasil. A reportagem da CNN confirmou, através de fontes oficiais, que o pedido ainda está em trâmite, mas foi feito pela Justiça Federal da Bahia, onde ocorrem as investigações.
Ele e a esposa, Julieta Vanessa Nardi Aranda, estão presos desde o início de fevereiro deste ano na Argentina, e as autoridades querem que os dois cumpram a pena no território brasileiro, o que é possível, já que os dois países possuem acordo que permite a extradição.
O casal é apontado como líder de um esquema de tráfico internacional que forneceu 43 mil armas para organizações como, Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC), as principais do país. Esse esquema movimentou R$ 1,2 bilhão, segundo as investigações.
O superintendente da PF na Bahia, Flávio Albergaria, afirma que essa é uma resposta importante que a polícia pode dar ao crime organizado e grupos que atuam no tráfico internacional de armas. “Pedimos também as extradições de outros presos que estão no Paraguai. Eles têm que responder perante a lei brasileira e a gente espera que aqui sejam condenados e presos, e cumpram a condenação no Brasil”.
Relembre o caso
Diego, conhecido também como “Senhor das Armas”, já estava sendo procurado e, desde dezembro do ano passado, foi considerado foragido internacional pela Polícia Federal após não ter sido encontrado durante uma megaoperação contra tráfico de armas.
A Justiça da Bahia havia determinou ainda que o nome dele seja incluído na Difusão Vermelha da Interpol, para que pudesse ser preso em qualquer país.
A investigação começou em 2020, quando pistolas e munições foram apreendidas no interior da Bahia.
Segundo apurado, ele comprava armas fabricadas em países da Europa, como Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia, para vender a criminosos brasileiros. No entanto, antes da venda, as armas e munições passavam pelo Paraguai, em uma empresa de Assunção, que está no nome dele, onde eram raspadas e revendidas a grupos de intermediários que atuavam na fronteira do Brasil com Paraguai, para serem revendidas às principais facções criminosas do Brasil.