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    Senado convida Salles e Aras para tratar dos incêndios no Pantanal

    Salles afirmou à CNN que aceitará o convite

    Marcos Amorozo, Tainá Farfan, Rudá Moreira e Bruno Silva, da CNN, em Brasília

    O ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente, afirmou à CNN que pretende aceitar o convite aprovado pelos senadores nesta quarta-feira (30) para prestar esclarecimentos sobre as ações do governo federal no enfrentamento aos incêndios do Pantanal. A audiência será na Comissão Temporária Externa do Senado que acompanha a situação. O procurador-Geral da República, Augusto Aras, também será convidado. As datas das audiências com Salles e Aras ainda serão definidas.

    O ministro do Meio Ambiente será ouvido individualmente para prestar informações sobre as medidas adotadas pelo Governo para contenção e prevenção das queimadas no Pantanal. O procurador-Geral da República, por sua vez, será acompanhado pelo Procurador-Geral de Justiça do Estado de Mato Grosso, José Antônio Borges Pereira, e pelo Procurador-Geral de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul, Alexandre Magno Benites de Lacerda. Por se tratar de um convite, as autoridades não são obrigadas a aceitá-lo.

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    O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux, foi convidado na semana passada pela comissão e participa, no dia 14 de outubro, de audiência para discutir as ações de enfrentamento aos incêndios no Pantanal. Durante a sessão, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) cobrou um posicionamento mais firme de Salles e do presidente Jair Bolsonaro na defesa do meio ambiente e combate às queimadas.

    “Quando temos um ministro do Meio Ambiente que diz que somos o país que mais preserva no mundo — somos e temos que dizer isso — precisamos também da fala do governo federal de que, embora seja assim, há uma ‘meia dúzia’ que comete crime ambiental e esse crime precisa ter rigor do Ibama, da lei e de falas duras do Presidente da República e do ministro do Meio Ambiente. É preservando o meio ambiente que conseguimos alimentar o mundo e o Brasil”, defendeu Tebet.

    Salles confirmou à CNN que vai viajar com os senadores do colegiado, no sábado (3), para Corumbá (MS). Lá, o ministro e os parlamentares se encontram com o governador do estado, Reinaldo Azambuja, para averiguar o impacto dos incêndios na região. Em 19 de setembro, parlamentares da comissão e representantes do governo local sobrevoaram locais afetados pelos incêndios e cobraram a participação de Salles e Mourão em uma próxima viagem.

    O presidente do Ibama, Eduardo Fortunato Bim, participou da audiência da comissão externa do Senado e afirmou que o instituto trabalha “no limite do orçamento” e espera que os incêndios de 2020 sirvam como lição para os próximos anos.

    “O Ibama trabalha no seu limite de capacidade orçamentária. Estamos apoiando o combate ao fogo do pantanal no limite de nossas capacidades e pessoal, torcendo para que esse cenário sirva de um manual de aprendizado, para que isso não venha mais a acontecer. A gente trabalha de uma maneira pesadamente preventiva com a sociedade local para isso não se repetir”, afirmou.

    Bim também disse que esteve no combate aos incêndios com os bombeiros e que se surpreendeu com a situação do Pantanal. “Semana passada, acabei ajudando por 5 minutos os brigadistas e usei um abafador para apagar uma chama pequena a favor do vento, nada significativo pertos dos perigos. Parecia que a porta do inferno estava aberta na minha frente. As mudanças climáticas, o índice pluviométrico e as baixas dos rios propiciou um pesadelo logístico.”

    Na Câmara dos Deputados, também houve discussão sobre o assunto nesta quarta-feira, na comissão da Casa que acompanha o enfrentamento de queimadas em biomas brasileiros. De acordo com o Prof. Dr. Geraldo Alves Damasceno, da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que 2020 é o ano com mais focos de incêndio no Pantanal nos últimos 22 anos.

    “No Pantanal, até o dia de ontem (29), tivemos um aumento de 195% em números das detecções comparados com 2019. Levando em conta que 2019 já teve um aumento grande comparado com 2018. Em número de focos, 2020 já passou qualquer ano que nós tínhamos registrados na nossa série aí desde de 1998. Ou seja, 2020 está sendo o ano extremo que nós tivemos”, afirmou.

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