Sem lockdown, Araraquara não teria mais leitos de UTI em 10 dias, diz prefeito
Edinho Silva (PT) disse que espera acelerar imunização contra Covid-19 durante período de fechamento geral na cidade
Sem o novo lockdown que vigora a partir de domingo (20), a cidade de Araraquara, no interior de São Paulo, ficaria sem leitos de UTI para pacientes de Covid-19 em 10 dias. A estimativa foi apresentada pelo prefeito Edinho Silva (PT) em entrevista à CNN nesta sexta-feira (18).
Em fevereiro, Araraquara foi o primeiro município a decretar o fechamento geral por 10 dias, após grande ocupação de leitos de UTI e enfermaria com a chegada da variante P.1, identificada em Manaus, na região. Agora, segundo o prefeito, o novo lockdown visa preparar a cidade para a terceira onda de contaminações do novo coronavírus.
“A conta é simples: nós tivemos, ontem, 200 pessoas positivas [para Covid-19] no município. Desses 200, 20% historicamente demandam leitos, portanto, 40 pessoas demandam leitos em nossos hospitais por dia. Desses 40, 10 pessoas devem demandar leitos de UTI”, detalhou Silva. “Se essa métrica for mantida, daqui a 10 dias não teremos leitos de UTI para ofertar e não teremos como socorrer as cidades da região.”
No momento, Araraquara tem 83% de ocupação de leitos de UTI com pacientes de Covid-19. “É um índice alto para enfrentar uma terceira onda. Essa é a nossa preocupação, pois a terceira onda vai pegar os municípios com ocupação muito alta de leitos de UTI e, se não tomarmos medidas, nós teremos colapso do sistema de saúde”, afirmou Silva.
Barreira imunológica
Edinho Silva disse que Araraquara tenta criar uma barreira imunológica contra o coronavírus enquanto ainda avança na imunização. “Se precisa de vacinação em massa para enfrentar a pandemia. Sem isso, o que se faz e o que estamos fazendo é fazer a gestão da pandemia”, apontou.
Citando os números positivos obtidos com o primeiro lockdown — redução de 62% das mortes por Covid-19 e de 65% nos casos –, Silva afirmou que espera acelerar a imunização nos munícipes com a nova medida.
“Sem vacinação e flexibilizando as atividades sociais e econômicas, a contaminação volta a crescer porque não se tem barreira imunológica. E foi o que aconteceu. Nesse momento, a chamada terceira onda fez com que as contaminações crescessem no Brasil e no interior do estado de São Paulo.”
“Caso o calendário divulgado tanto pelo Ministério da Saúde quanto pelo governo estadual seja cumprido, entendemos que o lockdown nesse momento nos dá tempo para que a gente possa aumentar o ritmo de vacinação. Acreditamos que no mês de julho a cidade possa alcançar 50% dos adultos vacinados, o que nos daria tranquilidade maior na pandemia”, disse Silva.
(*sob supervisão de Elis Franco)