Sem aulas, disparidade está aumentando de maneira muito profunda, diz Unicef
Para representante do Unicef no Brasil, risco de haver evasão escolar pós-pandemia “é real”, especialmente entre a população mais vulnerável
O Unicef, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Unesco lançaram, nesta semana, um documento com orientações para os governos federal, estadual e municipal retomarem as aulas presenciais de forma segura.
O texto traz recomendações sobre como e quando reabrir as escolas e, também, que medidas de segurança contra a Covid-19 devem ser adotadas para proteger os estudantes e trabalhadores do setor.
A representante do Unicef no Brasil, Florence Bauer, disse à CNN nesta quarta-feira (16) que a abertura das escolas é “fundamental justamente para evitar o aumento das disparidades”.
Segundo ela, o impacto que a escola fechada tem sobre a criança e o adolescente é profundo. “Porque entre um menino que teve acesso à internet, uma menina que continuou a estudar, e outra pessoa que está numa situação que não tem internet, essa disparidade está aumentando de maneira muito profunda”, avalia.
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“Muitos esforços foram feitos para manter um vínculo entre a escola e a criança, mas uma parte da população não conseguiu continuar a aprendizagem”, falou.
Bauer elencou duas questões que se agravam com as instituições fechadas. A primeira delas diz respeito à nutrição.
“Muitas crianças dependem da merenda escolar para ter uma nutrição adequada e foram muito prejudicadas durante esse período”, afirmou. A segunda é a saúde mental e a própria violência que ocorre em muitos lares brasileiros.
Além disso, para a representante do Unicef no Brasil, o risco de haver evasão escolar pós-pandemia “é real”, especialmente entre a população mais vulnerável.
(Edição: Sinara Peixoto)