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    Secretários de Saúde ignoram prazo de 30 dias do governo para acabar emergência do coronavírus

    Em nota, conselho de secretários lamentou prazo e disse que em 90 dias vai construir plano de retomada. Queiroga reafirma à CNN que decisão é do governo federal

    Basília Rodriguesda CNN

    O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) decidiu ignorar a medida do governo federal de acabar com o estado de emergência do coronavírus em 30 dias e orientou os estados a continuarem seguindo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

    Em nota divulgada na tarde desta sexta-feira (22), o Conass lamenta o prazo estabelecido pelo governo e defende que os gestores locais vinculem suas normas à declaração de Emergência de Saúde Pública Internacional e não à Nacional, para preservar a capacidade de resposta do SUS à pandemia.

    “Lamentável que o debate sobre o fim do Estado de Emergência de Importância Nacional tenha se limitado à determinação política do Palácio do Planalto. Não obstante havermos avançado nos entendimentos técnicos, a decisão dos ’30 dias’ foi colocada como definição inegociável”, afirma a entidade.

    Para o Conass, no lugar de 30 dias, o governo federal deveria estipular prazo de 90 dias para que estados e municípios readaptassem suas legislações ao novo status da pandemia no Brasil. O conselho afirma que buscará consensos e entendimentos para construir um plano de retomada que começaria dentro do prazo maior, de 90 dias.

    Ainda na nota, o Conass diz que “precisamos avançar na formulação dos indicadores de controle e gatilhos para adoção de novas medidas caso ocorra novo crescimento de casos/internações/óbitos”.

    Procurado pela CNN, o Ministério da Saúde afirmou que os secretários não conseguiram justificar os motivos para o governo federal conceder prazo mais amplo. “Quem define a duração da emergência de saúde pública de importância nacional é o ministro da Saúde. Não é a OMS”, afirmou o ministro Marcelo Queiroga à CNN, após o posicionamento dos secretários.

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