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    Saúde cobra ação do Conselho Federal de Medicina contra médicos antivacina

    Pesquisa recente do Unicef mostra que cobertura vacinal infantil no Brasil caiu de 93,1% para 71,49%

    Emanuelle LeonesLeonardo Ribbeiroda CNN

    Em Brasília

    O Ministério da Saúde tem cobrado do Conselho Federal de Medicina (CFM) a adoção de medidas contra a desinformação sobre vacinas. Um documento foi enviado ao CFM solicitando ações apoio na sensibilização sobretudo dos profissionais da área conhecidos por fomentar o “negacionismo” no que diz respeito a vacinação.

    No ofício, o ministério também reforça as diretrizes do “Movimento Nacional pela Vacinação”, criado pela pasta em fevereiro com a participação de artistas e influenciadores, como forma de se opor às ações antivacina, que teriam aumentado no Brasil durante a pandemia de Covid-19.

    Na última semana, durante posse do Conselho de Participação Social, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforçou a necessidade de combater a desinformação nesta área, ao citar algumas entidades que tem ajudado nesse trabalho.

    “O Conselho Nacional de Saúde, mesmo durante o governo anterior, conseguiu manter esse espaço como um bastião de luta contra o negacionismo e atuou decisivamente na mobilização que uniu o Congresso Nacional e o Judiciário para garantir que as vacinas chegassem ao país”, disse.

    No pedido ao Conselho de Medicina, o Ministério da Saúde segue a mesma linha. Afirma que a desinformação tem sido propagada pelos próprios profissionais de todas as áreas e que “a hesitação em vacinas tem trazido prejuízos à população”.

    O documento foi assinado por Mauro Niskier, secretário-substituto da Vigilância em Saúde e Ambiente. O Ministério da Saúde também destaca que a Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o movimento antivacina como uma das dez maiores ameaças à saúde global.

    Em resposta, o CFM informou que promove uma campanha informativa desde 2021, buscando sensibilizar os brasileiros em favor desse tema, incentivando a manutenção do cartão vacinal atualizado.

    “A referida campanha contou com inserções em redes sociais, TVs e emissoras de rádio. Mensagens de esperança e encorajamento, como ‘A vitória contra o vírus está próxima’ e ‘Vacine-se, pois assim estará protegendo você e sua família’ foram destacadas em cards, vídeos e spots que ainda estão em circulação”, afirmou o CFM em nota.

    Além disso, o Conselho ressaltou que o entendimento favorável às vacinas é compartilhado pela ampla maioria dos mais de 550 mil médicos e que posicionamentos que contrariem essa percepção podem ser considerados como exceções.

    De acordo com pesquisa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) realizada em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em outubro de 2022, a taxa de vacinação infantil no Brasil sofreu uma queda brusca, caiu de 93,1% para 71,49%. Essa queda colocou o Brasil entre os dez países com a menor cobertura vacinal do mundo.

    A baixa taxa de vacinação no Brasil fez com que doenças que já haviam sido erradicadas, como o sarampo, a poliomielite, a meningite, a rubéola e a difteria.