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    Rota do tráfico no RJ envolve endereços nobres e até ex-prefeito, segundo a polícia

    Operação para impedir expansão da maior facção criminosa do estado termina com quatro presos e R$ 500 mil em drogas apreendidas

    Fachada da Secretaria de Estado da Polícia Civil, no centro do Rio de Janeiro RJ
    Fachada da Secretaria de Estado da Polícia Civil, no centro do Rio de Janeiro RJ Tomaz Silva/Agência Brasil

    Rachel Amorimda CNN

    No Rio de Janeiro

    A operação Rotas do Rio, deflagrada nesta terça-feira (21) pela Polícia Civil, terminou com quatro presos, sendo três em flagrante, meio de milhão de reais em drogas apreendidos e a descoberta de como funciona parte da estrutura do Comando Vermelho, a maior facção criminosa do estado.

    “O objetivo é não só apreender materiais ilícitos e prender os grandes responsáveis pelo trânsito e pelo comércio ilegal de drogas, mas também desmantelar a estrutura financeira que possibilita essa compra e essa venda ilegal”, disse o secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Marcos Amim.

    Durante seis meses de investigação, a polícia mapeou a rota do droga (especialmente skank –que é um tipo de maconha mais potente– e cocaína) que é vendida não só nas comunidades, mas também em áreas nobres do Rio de Janeiro.

    Segundo a polícia, o Comando Vermelho atuava em conjunto com a facção Comando Vermelho do Amazonas (CVAM), que se aliou à organização criminosa do Rio de Janeiro depois de uma disputa no Norte do país.

    As investigações mostram que os criminosos do CVAM eram os responsáveis por obter a droga na tríplice fronteira, depois utilizavam o Rio Solimões como forma de escoamento do entorpecente até Manaus. Antes de chegar ao Rio, a droga ainda passava pelo Centro-Oeste do país. Um esquema criminoso que envolvia não só muito dinheiro, mas também pessoas influentes.

    De acordo com as investigações, os criminosos lavavam o dinheiro do tráfico através do pagamento a pessoas e empresas. Entre elas está o ex-prefeito de um município no interior do Amazonas.

    Ele é suspeito de utilizar um frigorífico no Amazonas para lavar dinheiro do Comando Vermelho. Pouco antes da operação que teve a casa dele como um dos alvos, o ex-prefeito viajou para Brasília.

    “A gente sabe que ele saiu de casa às 3 da manhã para pegar um voo com destino ao Distrito Federal. Ele tem muita influência política, inclusive, estava em um cargo comissionado na prefeitura. Ele foi prefeito por duas vezes e nas duas vezes foi cassado por abuso de poder econômico. Há possibilidade de vazamento da operação”, destacou o secretário da Polícia Civil.

    Ao todo, foram cumpridos 99 mandados de busca e apreensão no Amazonas, Pará, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

    Na capital fluminense, os alvos foram endereços no Morro dos Prazeres e na comunidade do Fallet-Fogueteiro, em Santa Tereza, na região central da cidade, e em bairros nobres. Segundo a polícia, apartamentos em Ipanema e em Copacabana funcionavam como pontos de Disque-Drogas.

    Entre os presos na ação está Juan Roberto Figueira da Silva, o Cocão, apontado como chefe do tráfico no Morro dos Prazeres. Contra ele, havia cinco mandados de prisão preventiva em aberto.

    De acordo com a polícia, a ideia é impedir a expansão do Comando Vermelho que, em apenas dois anos, movimentou cerca de R$ 30 milhões em atividades ilícitas.