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    Ronnie Lessa diz que recebeu oferta para matar Marcelo Freixo

    Declaração foi dada em depoimento no primeiro dia de julgamento do Caso Marielle

    João Rosada CNN , em Brasília

    O ex-sargento da Polícia Militar do Rio de Janeiro Ronnie Lessa, réu pelas mortes da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, ocorridas em 2018, afirmou nesta quarta-feira (30) que recebeu uma oferta para executar o ex-deputado federal Marcelo Freixo.

    Perguntado como iniciou a conversa para matar Marielle, o ex-policial respondeu que as tratativas se iniciaram em 2016, que ofertaram para ele “uma coisa para ficar milionário”.

    “O assunto começou no final de 2016, surgiu uma oferta com a seguinte palavra, temos uma coisa para ficarmos milionário, para ficarmos ricos. Em janeiro tive com essa pessoa novamente e ela me trouxe um nome que ri e falei se é essa proposta não tem como”, disse Lessa.

    Segundo o ex-sargento, ele achou a proposta inviável e achou se tratar de uma loucura porque Freixo era político.

    Freixo é um político conhecido no Rio de Janeiro por sua atuação na defesa dos direitos humanos e pelo combate ao crime organizado. Ele era filiado ao Psol, mesmo partido de Marielle, e também era amigo próximo da vereadora.

    Freixo ganhou destaque como deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), onde liderou a Comissão de Direitos Humanos e presidiu a CPI das Milícias em 2008. Atualmente é o presidente do Instituto Brasileiro de Turismo  (Embratur).

    Nesta quarta-feira (30), começou o julgamento que pode condenar Lessa e Élcio de Queiroz pelo assassinato de Marielle e Gomes.

    Os dois estão sendo submetidos a júri popular e estão sendo ouvidos por videochamada.

    Marielle era pedra no caminho

    Segundo Ronnie Lessa, o assassinato de Marielle teria sido motivado pelo temor de que ela atrapalhasse dois loteamentos de terrenos realizados pela milícia no bairro do Tanque, no Rio de Janeiro.

    “Na época, o que me foi dito por algumas pessoas é que ela atrapalharia, que ela entraria no caminho. Então, a questão era: dois loteamentos no bairro do Tanque; um loteamento seria para quem matasse Marielle, e o outro seria para os mandantes”, afirmou o ex-policial.

    De acordo com o ex-sargento, os mandantes do crime disseram que a vereadora teria se reunido com algumas lideranças comunitárias e solicitado que elas não aceitassem o loteamento feito pelas milícias.

    Ainda segundo Lessa, os mandantes do crime usaram a seguinte expressão “Ela virou uma pedra no caminho e vamos dar prosseguimento devido a isso”.

    O ex-policial revelou também que os dois loteamentos seriam divididos: um destinado a quem executasse a vereadora e outro para os mandantes do crime.

    Convite para Élcio

    De acordo com Lessa, o convite a Élcio de Queiroz foi feito durante uma festa de Ano Novo. Segundo o ex-policial, ele aceitou imediatamente a proposta.

    Lessa revelou ainda que só informou a Élcio sobre a identidade da vítima no dia do crime, uma medida que visava evitar o vazamento do nome de Marielle.

    “No ano novo, quando o chamei, disse apenas que havia um serviço a ser feito, sem revelar de quem se tratava. Minha intenção era que ele não soubesse de quem se tratava”, afirmou Lessa.

    Além disso, Lessa comentou que Queiroz sempre lhe pedia oportunidades de trabalho desde que foi expulso da Polícia Militar do Rio de Janeiro, o que motivou o convite para que ele participasse do assassinato de Marielle.

    Veja a cronologia do caso:

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