RJ: Sumiço de meninos de Belford Roxo completa um mês e polícia não tem pistas
Lucas Matheus da Silva, Alexandre da Silva e Fernando Henrique Ribeiro desapareceram em 27 de dezembro de 2020 após saírem para brincar
O desaparecimento de Matheus, Alexandre e Fernando Henrique, os três meninos moradores de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, completa um mês nesta quarta-feira (27). As famílias ainda não têm nenhuma pista sobre o paradeiro das crianças, que saíram para brincar e nunca mais voltaram para casa.
As imagens de mais de 40 câmeras foram analisadas pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense e não há um registro sequer da passagem dos meninos pelas redondezas.
A Ong Rio de Paz realiza um ato nesta quarta, na Lagoa Rodrigo de Freitas, para chamar a atenção das autoridades para o caso. Foram colocadas três placas com informações sobre os meninos na instalação permanente da ONG, no gradil que fica no entorno da Lagoa. As placas vão ficar ao lado de nomes de crianças que foram mortas vítimas de balas perdidas no estado do Rio.
Desde 2015, a Curva da Calombo, na Lagoa, recebe placas com nomes de vítimas da violência. Foi nesse local que o médico Jaime Gold, de 56 anos, morreu, depois de ser esfaqueado por dois adolescentes quando andava de bicicleta.
Para o presidente da ONG Rio de Paz, Antônio Carlos Costa, o caso não está sendo levado com seriedade pelas autoridades. “Três meninos pobres desaparecidos. Por que o Rio de Janeiro inteiro não os está procurando? Viveremos numa cidade cujas relações humanas sejam tão belas quanto a sua geografia no dia em que a vida dessas crianças for levada a sério pela sociedade e poder público”, disse Antônio Carlos.
Na tarde desta quarta, a defensora pública, Gislaine Kepe, se reúne com o delegado responsável pela investigação na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense e depois com os familiares dos três meninos.
O desaparecimento
Lucas Matheus da Silva, Alexandre da Silva e Fernando Henrique Ribeiro saíram para brincar no dia 27 de dezembro de 2020, em Belford Roxo, no Rio de Janeiro, e nunca mais voltaram para casa. Desde então, os meninos de 8, 10 e 12 anos de idade, respectivamente, vêm sendo procurados pelas famílias e pela polícia. Até agora, nenhuma pista foi encontrada.
Os nomes dos meninos deveriam ter sido incluídos no Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas, do Ministério da Justiça, imediatamente após o registro do desaparecimento feito na delegacia, como determina a lei federal 13.812, em vigor desde março de 2019. Mas os nomes só foram inseridos no cadastro mais de 15 dias depois do sumiço das crianças e ainda assim com a data do desaparecimento errada.