RJ: operação mira policiais suspeitos de fornecer armas, uniformes e informações à milícia

O Ministério Público do Rio de Janeiro realiza uma operação, nesta quinta-feira (25), para cumprir 12 mandados de prisão e oito de busca e apreensão contra integrantes de uma milícia que atua na comunidade Bateau Mouche, na Praça Seca, zona oeste do Rio.

Segundo o MP, os alvos são suspeitos de extorsão a comerciantes, vendedores ambulantes e mototaxistas que trabalham na região.

Dezesseis pessoas foram denunciadas pelo Gaeco/MPRJ, entre elas um policial civil e dois policiais militares. De acordo com as investigações, os agentes do estado forneciam informações privilegiadas aos criminosos em troca de pagamentos de valores indevidos.

“Além disso, os agentes de segurança forneciam material bélico (desviados de apreensão) e até uniformes aos criminosos”, diz a denúncia do MP.

Também entre os denunciados há um homem que já foi preso temporariamente, por indícios de envolvimento em um homicídio ocorrido em 2017, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio. Segundo o Ministério Público, o suspeito se faz passar por policial civil, permanecendo no interior de delegacias policiais, utilizando arma, uniforme e distintivo, além de participar de operações em viatura oficial.

“O denunciado tem contatos com diversas unidades policiais e, inclusive, nos quadros da Corregedoria da corporação”, diz o Ministério Público.

Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa, que também determinou a suspensão das funções públicas dos policiais militares e do policial civil. Foram determinados, ainda, o sequestro de bens e o bloqueio de valores das contas dos denunciados, além de outras medidas cautelares.

Segundo a Polícia Militar, um dos PMs foi preso em flagrante e, com ele, foram apreendidos papelotes e tabletes de entorpecentes, munições, dois carregadores de armas e dois telefones celulares. O segundo agente alvo da ação teve dois telefones celulares apreendidos.

Os suspeitos vão responder pelos crimes de associação criminosa, extorsão e corrupção ativa.

Em nota, a Polícia Militar informou que a Corregedoria da instituição acompanha o andamento da operação e que cumprirá as determinações dos mandados judiciais.

A CNN aguarda um posicionamento da Polícia Civil e da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro.