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    Rio reduz em 14% a emissão de gases de efeito estufa nos últimos sete anos

    Sede das conferências ECO-92 e Rio+20, cidade pretende reduzir emissões em 20% até 2030

    Setor de transportes apresentou queda de 24% na emissão de dióxido de carbono entre 2012 e 2019
    Setor de transportes apresentou queda de 24% na emissão de dióxido de carbono entre 2012 e 2019 Fernando Frazão/Agência Brasil

    Stéfano Sallesda CNN

    no Rio de Janeiro

    Em meio ao ambiente de discussões da Conferência de Mudanças Climáticas (COP26), que começa neste domingo (31), e terá o aquecimento global como principal pauta nos debates, a Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou ter reduzido as emissões de dióxido de carbono, equivalente em 14%.

    Essa modalidade de cálculo leva em conta a concentração de efeito estufa a cada unidade analisada. De acordo com o município, a queda foi puxada pelo setor de transportes, que apresentou redução de 24% nas emissões no período de sete anos, entre 2012 e 2019.

    O estudo foi realizado pelo Instituto Pereira Passos. De acordo com a prefeitura, o Rio foi a primeira cidade da América Latina a preparar um inventário de gases de efeito estufa (GEE). Segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a cidade que sediou a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO-92) e, duas décadas depois, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), tem como meta reduzir as emissões em 20% até 2030, com base em dados de 2017.

    Responsável pela pasta, o secretário Eduardo Cavaliere destaca que, embora a queda seja uma boa notícia, serão necessários esforços complementares para garantir que a meta, presente no Plano de Desenvolvimento Sustentável e Ação Climática (PDS), lançado no último mês de junho, seja mesmo alcançada.

    “A sinalização é boa, mas nossa gestão está comprometida com ações ambiciosas para manter a curva das emissões caindo. Até 2030 temos o compromisso de reflorestar 1,2 mil hectares, com novas florestas na zona oeste. Também temos o compromisso de quadruplicar as viagens de bicicleta. Tudo isso foi estipulado como meta dentro do PDS”, destaca Cavaliere.

    Nos próximos anos, as contribuições dos transportes nas emissões podem reduzir ainda mais. No início do mês, a prefeitura anunciou um chamamento público para um projeto de demonstração e testes de ônibus elétricos. Uma linha turística de 10 quilômetros que circulará pelo bairro de Madureira, na zona norte, que abriga duas das principais escolas de samba da cidade: Portela e Império Serrano. A medida foi anunciada como parte da meta de substituir 20% da frota de transporte público da cidade por veículos não emissores de GEE até 2030.

    O inventário aponta que as emissões da capital do estado têm caído, ano a ano, desde 2015, depois de terem atingido um pico de 23,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono em 2014. O patamar elevado daquele ano também está relacionado ao uso de matrizes energéticas mais sujas, por conta de uma crise hídrica.

    O município aponta ainda que o setor siderúrgico é responsável por parcela significativa das emissões da cidade. Embora não produza minério de ferro, o Rio de Janeiro é o estado onde mais se produz aço no Brasil. De acordo com a secretaria, o segmento tem adotado medidas para reduzir a pegada de carbono, como o uso de biogás de aterros sanitários.

    Conhecida por ter as duas maiores florestas urbanas do mundo, em ordem, o Parque Estadual da Pedra Branca e a Floresta da Tijuca, o Rio de Janeiro espera faturar alto e se tornar a capital brasileira de investimentos em ativos de sustentabilidade. As iniciativas, já anunciadas pelo município, envolvem a implementação de uma bolsa de valores para este fim, um fórum econômico e um centro de educação financeira.

    A modelagem do projeto está em discussão na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação, e a tendência é que os equipamentos que resultem desta iniciativa fiquem sediados na recém-revitalizada Região Portuária.