Rio de Janeiro ganha primeira central de coleta e reciclagem de lixo eletrônico
Expectativa é de que, até o fim do ano, o serviço esteja presente em pelo menos dez capitais do país
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O Rio de Janeiro recebe, nesta quinta-feira (14), a primeira central de coleta e reciclagem de lixo eletrônico. A capital fluminense será a sétima cidade brasileira a ofertar o serviço à população, segundo um informativo divulgado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA).
A expectativa é de que, até o fim do ano, a central de coleta e reciclagem do lixo eletrônico esteja presente em pelo menos dez capitais do país. Além do município do Rio de Janeiro, as cidades de Campo Grande, Florianópolis, Vitória, Distrito Federal, Maceió e Manaus já receberam o serviço.
A central de coleta do lixo eletrônico terá como objetivo reciclar fones de ouvido, pilhas, celulares, eletrodomésticos e outros utensílios elétricos que deixaram de funcionar e não são mais aproveitados. Na capital fluminense, a central ficará em Realengo, na Zona Oeste da cidade.
Apesar da iniciativa do MMA, o Brasil ainda é o quinto país que mais gera esse tipo de lixo no mundo, sendo o primeiro da América Latina. Em cinco anos, os produtos descartados cresceram mais de 20%, segundo a pesquisa ‘Resíduos eletrônicos no Brasil – 2021′ feita pela Green Eletron.
O levantamento traz ainda que o Brasil recicla atualmente apenas 3% dos eletrônicos descartados. O estudo contou com a participação de 2 mil pessoas em 13 estados brasileiros.
“Além de gerar possíveis contaminações de solo e água com o descarte incorreto, a falta de reciclagem também ocasiona um grande desperdício, porque os materiais reciclados podem ser reutilizados em diferentes indústrias, evitando a extração de matérias-primas virgens”, destaca um trecho da pesquisa.
Por fim, a pesquisa aponta que os brasileiros sofrem com a pouca informação sobre as possibilidades e os benefícios da reciclagem. Apesar de 87% dos brasileiros já terem ouvido falar em lixo eletrônico pelo menos uma vez, menos de 29% conhecem o assunto de forma aprofundada e sabem fazer o descarte correto.
Segundo o economista Joelson Santana, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), condomínios e prédios precisam ter espaços específicos para o descarte destes produtos. Ele explica que o ciclo do produto começa com a fabricação e a compra pelo consumidor. Depois de inutilizado, ele precisa ser descartado nos pontos de entrega.
“A partir daí, ocorre a tiragem e consolidação, a destinação para a reciclagem e, com isso, o retorno de matérias-primas secundárias para o fabricante e para outras indústrias de eletrônico”, pontua.