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    Ricardo Nunes tem se exaltado ao lidar com movimentos sociais, diz Boulos à CNN

    Prefeito de São Paulo alegou que o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) tem viés político

    Douglas PortoJorge Fernando Rodriguesda CNN

    em São Paulo

    O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) declarou, nesta quinta-feira (16), em entrevista à CNN, que o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), tem se exaltado ao lidar com manifestações e movimentos sociais.

    Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) estão acampados em frente à Prefeitura de São Paulo. O grupo se instalou no local depois de fazer uma passeata para pedir que o prefeito cumpra um suposto acordo feito com o movimento para a construção de moradias populares.

    À CNN, Nunes alegou que o MTST tem viés político e “que eles dizem que eu não estou cumprindo acordo. Eu não sei qual é o acordo que eles estão se referindo”. Segundo o chefe do Executivo paulistano, o movimento invadiu uma área que é parte de uma Zona Especial de Proteção Ambiental (Zepam) em 2013, chamada Nova Palestina, próximo à represa de Guarapiranga.

    “Espero que o prefeito Ricardo Nunes saiba lidar com manifestações e movimentos sociais. Eu vejo que ele tem se exaltado com isso. Espero dele serenidade, equilíbrio para lidar, como o gestor da maior cidade do Brasil e cumprir o compromisso com aquelas famílias tão sofridas que moram na Vila Nova Palestina”, expôs Boulos.

    O parlamentar, que é coordenador do MTST, explicou que o acordo de fato existe e foi firmado em 2020, com o então prefeito Bruno Covas. Na ocasião, ele emitiu um decreto de desapropriação naquela área para haver habitação de interesse social. Entretanto, seu vencimento aconteceu em 2021 pelo não pagamento da medida pela gestão.

    Com isso, Nunes foi procurado. O deputado federal cita que o prefeito assumiu o compromisso de refazer o decreto. “Inclusive, existem gravações, que nós podemos disponibilizar, do secretário de Habitação que foi até a comunidade e assumiu esse compromisso diante dos moradores”, afirma.

    Cita, ainda que, no dia 24 de janeiro, a Procuradoria Geral do Município fez uma recomendação para que se seguisse com a desapropriação para que fossem construídas moradias populares. “O projeto, desde o princípio, contemplou a ideia de que apenas 30% da área seria para moradia. Esse foi o projeto aprovado na Cetesb [Companhia Ambiental do Estado de São Paulo], o órgão ambiental mais rigoroso de São Paulo, que cuida dos mananciais.” Os outros 70% da área serão um parque.

    Entretanto, Nunes assegura que não fez “nenhum acordo com ninguém, o que tem é uma definição de política pública correta: fazer habitação, mas não habitação no local onde foi invadido e a Secretaria do Meio Ambiente indica que seja um local para ser recuperado ambientalmente”.

    Conforme o chefe do Executivo local, a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente apresentou um relatório sugerindo uma desapropriação da área para a construção de um parque com o atendimento habitacional da população que lá se encontra.

    “A gente vai colocá-las na fila do atendimento habitacional para que elas sejam atendidas com as suas habitações. Mas aquela área onde eles queriam que eu desapropriasse e passasse para eles, realmente tem um interesse da cidade, de todos, meu, seu, de todo mundo, para a gente poder fazer essa preservação ambiental até por que é uma área próxima da represa de Guarapiranga e não existe nenhum acordo desfeito”, finalizou.