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    Representante da Presidência dos EUA chega ao Brasil para discutir questões climáticas

    Visita de John Kerry acontece poucos dias após tempestade causar tragédia em São Paulo

    Leandro BisaLarissa RodriguesJoão Rosada CNN , em Brasília

    Desembarca amanhã, em Brasília, o assessor especial da Presidência dos Estados Unidos para o Clima, John Kerry. A visita, informa a embaixada americana, tem como objetivo dar continuidade às discussões do Grupo de Trabalho de Mudanças Climáticas Brasil-Estados Unidos, criado em 2015.

    O grupo foi relançado durante o encontro entre os presidentes Luís Inácio Lula da Silva (PT) e Joe Biden, em 10 de fevereiro, na Casa Branca. A visita do enviado de Biden ao Brasil acontece dias após a tragédia no litoral paulista, causada por forte tempestade durante o Carnaval, deixar cidades destruídas e milhares de pessoas desabrigadas e desalojadas.

    Até a tarde deste sábado (27), o governo de São Paulo havia confirmado 58 mortes. Essa foi a maior chuva já registrada no Brasil (682 milímetros em 24 horas). Na manhã deste sábado, durante visita às áreas afetadas, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), alertou que os problemas ocasionados pelas mudanças climáticas são uma realidade também  no Brasil.

    “O Estado fará a ajuda necessária na recuperação dos municípios. E nós temos que nos preparar, porque – como disse o ministro Waldez (Goés, Integração Desenvolvimento Regional) – a questão das mudanças climáticas hoje é uma realidade”, declarou o vice-presidente durante entrevista coletiva.

    Agenda no Brasil

    O representante do governo americano tem encontros importantes com integrantes do Executivo e Legislativo brasileiro. Uma das reuniões deve ser com o próprio Alckmin na segunda-feira, segundo apurou a CNN.

    Kerry também vai se reunir com as ministras do Meio Ambiente, Marina Silva, e dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloízio Mercadante, além de o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco.  A previsão é que o assessor especial deixe Brasília na terça-feira (28).

    As discussões vão abordar oportunidades para Brasil e os Estados Unidos traçarem um plano colaborativo para combater a crise climática, conforme informações da embaixada americana. Os dois países pretendem fortalecer mecanismos de combate ao desmatamento e avançar na transição para energia limpa, além de construir uma bioeconomia forte.

    Como parte desses esforços, os EUA anunciaram a intenção de trabalhar com o Congresso norte-americano para fornecer recursos para programas de proteção e conservação da Amazônia brasileira, incluindo o apoio inicial para o Fundo Amazônia.

    Por parte do governo brasileiro, segundo apuração do analista de política Gustavo Uribe, existe expectativa para anúncio de uma doação de US$ 50 milhões ao Fundo da Amazônia durante a visita de Kerry.

    O aceno feito pelos Estados Unidos é bem visto pelo Planalto, mas havia esperança de um montante maior. Em conversa com a CNN, diplomatas brasileiros, no entanto, lembram que a situação da economia dos Estados Unidos não é das melhores e sobre a dificuldade de negociação com os republicanos no Poder Legislativo para a autorização de um montante maior.

    O governo brasileiro, porém, identificou sinais de boa vontade do governo norte-americano e acredita que, até o final deste mês, é possível que o governo Joe Biden consiga viabilizar um montante que chegue a US$ 100 milhões.

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