Renato Cariani diz que conversa sobre “fugir da polícia” foi desabafo com sócia sobre fiscalização anual
Em live no YouTube, influencer disse que teve acesso ao processo e se defendeu de acusações
Em live no YouTube nesta quinta-feira (14), o influencer Renato Cariani se defendeu da operação da Polícia Federal (PF) sobre desvio de produtos químicos para confecção de drogas. O fisiculturista disse que teve acesso ao processo e deu sua versão sobre a mensagem interceptada pela PF onde ele diz “trabalhar no feriado para arrumar de vez a casa e fugir da polícia”.
Segundo Cariani, o termo foi utilizado em um desabafo entre “conversa de sócios”, que teria ocorrido em 2014. Segundo o influencer, que disse que pedirá autenticidade da mensagem por “não ter memória de elefante”, ele se referia a uma fiscalização anual de rotina da Polícia Civil sobre licença ambiental.
“É uma conversa com dois sócios. Quem tem empresa sabe o que é ser empresário no Brasil. É um desabafo de dois sócios. Você tem carga tributária, baixa fiscalização, daqui a pouco vem reclamação de cliente, atraso de fornecedor. É estresse na tampa o tempo todo”, explicou.
“Ninguém está fugindo da polícia. Ninguém trabalha para fugir da polícia. Provavelmente, na semana seguinte nós teríamos uma fiscalização, auditoria do meio-ambiente, divisão do meio-ambiente da Polícia Civil. Anualmente, a Polícia Civil vai em empresas, indústrias, para renovar a licença. Você tem uma licença ambiental anual”, completou.
O influencer também falou sobre “a estação de efluentes e corredor de estoque” que aparece na mensagem. Segundo ele, tudo foi feito para atender as exigências da fiscalização. “No final de semana, vamos fazer uma segunda auditoria para que, na auditoria, não tenhamos nenhuma punição”.
A operação
[cnn_galeria active=”false” id_galeria=”5080954″ title_galeria=”Veja imagens da operação da PF que teve o influenciador Renato Cariani como alvo”/]
A Operação Hinsberg cumpriu 18 mandados de busca e apreensão. Segundo a PF, a quadrilha emitia notas fiscais fraudulentas de empresas devidamente licenciadas para vender produtos químicos em São Paulo. O pagamento era feito em espécie por meio de “laranjas”. Os criminosos se passavam por funcionários de multinacionais.
A PF calcula que foram desviadas cerca de 12 toneladas de componentes químicos, como fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila. Com este material, seria possível fabricar 12 toneladas de crack e cocaína prontos para consumo.
Quem é Renato Cariani
Professor de química, professor de Educação Física, atleta profissional, empresário e youtuber. É assim que Renato Cariani, influenciador com mais de 14 milhões de seguidores, se denomina nas redes sociais. Renato foi alvo da Operação Hinsberg.
Renato é um dos maiores influenciadores do segmento fitness nas redes sociais. No Instagram, ele tem 7,3 milhões de seguidores. Seu canal no YouTube conta com 6,3 milhões de inscritos e sua conta no Tik Tok tem mais de 1 milhão de pessoas.
Nas redes sociais, Renato mostra ser influente também com as celebridades. Sua conta no Instagram conta com fotos com apresentadores de TV, cantores, modelos e outros influenciadores. Em seu site, o influenciador vende cursos e treinamentos que envolvem desde orientação na área de nutrição até mentoria em investimentos financeiros. Os planos partem de 49,90 por mês.
Recentemente, o youtuber inaugurou uma loja com produtos que levam seu nome em um shopping na zona sul de São Paulo.
Pedido de prisão negado
Cariani teve pedido de prisão negado pela Justiça. De acordo com o delegado Victor Vivaldi, o Ministério Público concordou com os pedidos feitos pela PF, mas a Justiça rejeitou, acatando apenas aos 18 pedidos de busca e apreensão cumpridos em São Paulo, Minas Gerais e Paraná.
“Os pedidos de prisão tiveram como fundamento a reiteração delitiva, justamente nesse período de 6 anos, com 60 eventos confirmados de notas emitidas de forma fraudulenta”, explica Vivaldi.
O que diz a PF
“Foram identificadas 60 transações dissimuladas vinculadas à atuação desta organização criminosa, totalizando, aproximadamente, 12 toneladas de produtos químicos (fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila), o que corresponde à mais de 19 toneladas de cocaína e crack prontas para consumo”, diz a PF.