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    Relembre os eventos que precederam o “grito” de Independência no Brasil

    Movimentos políticos populares e mudança da família real para o país foram os precursores do 7 de Setembro

    Monumento à Independência do Brasil no Parque da Independência, em Ipiranga.
    Monumento à Independência do Brasil no Parque da Independência, em Ipiranga. Rovena Rosa/Agência Braisl

    Marina Toledoda CNN

    São Paulo

    A Independência do Brasil foi proclamada em 7 de Setembro de 1822, no entanto, o início do Brasial Império só foi possível graças a diversos eventos anteriores.

    Foi um longo processo até o “grito” de Dom Pedro I às margens do Rio Ipiranga, em São Paulo. Há outras versões históricas que apontam que não houve exatamente um grito à beira do córrego, mas sim a tomada de conhecimento da já assinada declaração do fim do domínio de Portugal sobre o país.

    Para a historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz, o início do processo de independência se deu por ocasião das conjurações mineiras e dos alfaiates. “É nesse momento, ainda no fim do século 18, que se começa a falar em emancipação do Brasil”.

    A continuação desse processo se da em 1815 com a revolução em Pernambuco. “Foi a primeira província a falar não só em separação, mas também em República”, pontua Lilia.

    No mesmo ano, com a presença da família real em solo brasileiro, o Brasil é elevado à categoria de Reino Unido a Portugal.

    “A partir dai, seria muito difícil voltar a situação anterior porque abriu-se novos conflitos sociais e institucionais, que resultaram em enfrentamentos entre os portugueses nativos e os que queriam restaurar a colônia. De tensão em tensão, o processo foi se agudizando e a nossa Independência não será assim tão pacífica como por muito tempo se imaginou, havendo luta armada em diversas partes do país, como na Bahia”, explica Alberto Aggio, historiador e professor de história da Universidade Estadual Paulista em Franca.

    Em meio à pressão internacional, Dom João VI retorna a Portugal e para garantir a continuidade administrativa e presença real no Brasil, o filho Dom Pedro I foi designado como príncipe regente.

    Pouco tempo depois, em uma tentativa de recolonizar o Brasil, as cortes portuguesas mandaram um decreto exigindo a volta de Dom Pedro para Portugal. Como forma de frear uma possível recolonização, a elite brasileira coletou oito mil assinaturas em um pedido para o então príncipe regente ficar no país.

    Dia do Fico

    No dia 9 de janeiro de 1822, Dom Pedro I declarou que permaneceria no Brasil: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto! Digam ao povo que fico”.

    “O Dia do Fico é importante dentro desse contexto porque indicava uma desobediência às ordens das Cortes Portuguesas de Lisboa  A declaração de Dom Pedro demonstrava querer uma relação pacifica e sem violência entre Portugal e Brasil, algo que era difícil de manter”, comenta Aggio.

    Meses depois, foi decretado o “Cumpra-se” — as ordens portuguesas só valeriam no Brasil com o aval do príncipe regente. Seguido pela convocação de uma Assembleia Constituinte no país.

    Grito de independência 

    Maria Leopoldina, na condição de princesa regente, acreditava que a separação entre Brasil e Portugal deveria acontecer e assinou as cartas pedindo para que Dom Pedro proclamasse a independência.

    “Ela exerceu importante influência sobre Dom Pedro frente às exigências das Cortes Portuguesas de Lisboa. Leopoldina se aliou a José Bonifácio e conduzia as reuniões políticas da corte no Brasil na ausência de Dom Pedro. Ela assina uma carta de Independência na ausência do príncipe regente avançando nas definições políticas frente às exigências do poder português”, explica Aggio.

    Dias depois, quando estava em São Paulo, Dom Pedro I proclamou às margens do Rio Ipiranga “Independência ou morte”.