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    Reitores se reúnem nesta quinta para discutir volta às aulas em universidades

    Portaria do governo sobre volta às aulas foi interpretada como um desrespeito à autonomia das instituições

    Ministério da Educação recuou de portaria de volta às aulas nesta terça-feira
    Ministério da Educação recuou de portaria de volta às aulas nesta terça-feira Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

    Basília Rodriguesda CNN

    Apesar da mudança de posição do Ministério da Educação (MEC), reitores de universidades federais vão discutir, nessa quinta-feira (3), a tentativa do governo de determinar o retorno das aulas presenciais devido à intensa repercussão. A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) já estava com reunião marcada, mas atualizou a pauta após saber do retorno das aulas. O Ministério da Educação decidiu revogar o texto publicado no Diário Oficial da União, como a CNN antecipou.

    Cada universidade decide por si o que fazer. Por isso, a portaria do governo foi interpretada como um desrespeito à autonomia das instituições.

    Após o ministério mudar de ideia, o Movimento Todos pela Educação afirmou à CNN que a decisão polêmica reforça a postura negacionista do governo quanto aos efeitos do coronavírus. 

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    “No fundo, isso faz parte de um pacote negacionista do governo aliado a uma omissão muito grande ao longo de todo ano. Eles não apoiaram absolutamente nenhum estado, nenhum município, não fizeram a coordenação nacional, e tentaram forçar uma retomada”, afirmou à coluna a diretora-executiva do movimento, Priscila Cruz.

    “A aula online não chega nem aos pés das aulas presenciais. Estamos prejudicando principalmente as crianças mais pobres. Mas, lá do alto de Brasília, de um governo que disse que iria governar ‘menos Brasília, mais Brasil’, eles dizerem que, independentemente da pandemia, tem que voltar aula presencial é completamente desrespeitoso, criador de calor e nenhuma luz”. Priscila lembrou que até o momento o MEC não homologou o parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE) que regula o ensino remoto no Brasil. 

    Houve repercussão também na classe política. Pelas redes sociais, a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), que havia proposto um decreto legislativo para derrubar a portaria, chamou a desistência do MEC de “vitória da educação”. A parlamentar atribuiu a decisão à pressão de políticos com a comunidade acadêmica. “Seguimos vigilantes e enfrentando o autoritarismo”, disse.